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DESAFIOS DA PASTORAL
TRANSFORMADORA A PARTIR DA
PRÁXIS BENICANIANA NO
CONTEXTO NEOLIBERAL
CHALLENGES OF TRANSFORMATIVE
PASTORAL CARE BASED ON
BENINCÁ PRAXIS IN THE
NEOLIBERAL CONTEXT
Altair Alberto Fávero*
Antônio Pereira dos Santos**
Resumo: O ensaio intitulado “Desafios da pastoral transformadora a partir
da práxis benicaniana no contexto neoliberal”, apresenta de início alguns
aspectos que corroboram para compreender a realidade atual. O texto
reflete sobre o conceito de neoliberalismo, apontando críticas ao novo
modelo que afeta as relações sociais, imputando sobre os sujeitos, uma nova
forma de agir, que se configura na lógica mercantil e concorrencial. Para
trilhar um caminho de libertação, contra a razão neoliberal, que seja
favorável e de mudanças, apostamos numa pastoral transformadora a partir
da práxis benicaniana, que contribui sobremaneira para a construção da
coletividade, consciência de uma formação humanizadora e de práticas
solidárias, em vista da promoção do bem comum.
Palavras-chave: Pastoral. Práxis. Neoliberalismo. Diálogo.
Abstract: The essay titled “Challenges of Transformative Pastoral Care
Based on Benincá Praxis in the Neoliberal Context” presents, at the outset,
aspects that corroborate to understand the current reality. The text reflects
on the concept of neoliberalism, pointing out criticisms of the new model
that aects social relations, pointing out to the subjects a new way of action
that appears in the mercantile and competitive logic. To walk a path of
liberation, against neoliberal reason, that is favorable and of changes, it is
committed to a transformative pastoral from the practice of Benincá which
contributes greatly to the construction of the collective, awareness of a
humanizing transformation and solidary practices with a view of
promoting the common good.
Keywords: Pastoral. Praxis. Neoliberalism.Dialogue.
v. 39, n. 133, Passo Fundo,
p. 72-80, Jul./Dez./2022,
ISSN on-line: 2763-5201
DOI:dx.doi.org/10.52451/teopraxis.v39i133.108
* Pós-doutorado (Bolsista Capes) pela
Universidad Autónoma del Estado de México
(UAEMéx). Doutorado em Educação
(UFRGS), Mestre em Filosofia do
conhecimento (PUC/RS). Especialista em
Epistemologia das Ciências Sociais (UPF).
Graduado em Filosofia (UPF). Atua como
professor titular III e pesquisador no curso de
Filosofia, no Mestrado e Doutorado em
Educação da UPF, onde coordena os projetos
de pesquisa Docência Universitária e Políticas
Educacionais (em andamento desde março de
2012) e Políticas Curriculares para o Ensino
dio (em andamento desde outubro de 2020).
E-mail: favero@upf.br
https://orcid.org/0000-0002-9187-7283
** Graduado em Filosofia (Bacharelado) pelo
Instituto Superior de Filosofia Berthier
IFIBE. Graduado em Filosofia (Licenciatura
Plena) pela Universidade de Passo Fundo
UPF. Mestrando em Educação pela
Universidade de Passo Fundo. Integrante do
Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação
Superior (GEPES-UPF/RS), no qual
participa dos projetos de pesquisa “Políticas
para Docência Universitária” e “Políticas
Curriculares para o Ensino Médio”.
Atualmente é Coordenador de Pastoral do
Colégio Salvatoriano Bom Conselho.
E-mail: antoniops1993@gmail.com
https://orcid.org/0000-0002-3530-6582
Recebido em 21/08/2022
Aprovado em 29/10/2022
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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Olhar pela ótica teológica e pastoral num cenário atual pode se mostrar promissora e
importante. A Igreja, desde o Vaticano II, Medellín e Puebla, preocupou-se com questões
sociais, fez a opção preferencial pelos pobres, esteve atenta às fragilidades humanas,
promoveu uma comprometida e sobretudo se dedicou ao cuidado com a vida. Nas
palavras do grande teólogo brasileiro, Agenor Brighenti (2016), foi a partir do Vaticano II,
que a Igreja “volta às fontes”, ou seja, vive a passagem da fuga do mundo, à inserção no
mundo. Destaca, que isso se deu de duas formas: "de um lado, pela pastoral social,
alicerçada no Ensino Social da Igreja e na opção pelos pobres, e, de outro, pelo
engajamento dos cristãos como cidadãos no mundo”
1
. Isso demonstra o grande
movimento causado pelo Vaticano II, em preocupar-se com o serviço às pessoas, em vista
da promoção do bem comum.
Ocupar-se com as questões, sobremaneira, as que afetam a vida, a política, na sua
compreensão, de que todos são sujeitos ativos e responsáveis por uma sociedade justa e
solidária e também pela construção do Reino de Deus, em que todos são partícipes, torna-
se iniciativa fundante de uma pastoral inserida para e na vida do povo. Mas, o muitos os
desafios que acarretam todos aqueles e aquelas que se dedicam ao Evangelho, numa
realidade conturbada, emergente e atravessada pela razão neoliberal, conceito que
aprofundaremos no presente texto.
A partir dessas palavras iniciais, o objetivo do ensaio é refletir sobre os “desafios da
pastoral transformadora a partir da práxis benicaniana no contexto neoliberal” e os
indicativos serão retomados mediante a proposta da práxis benicaniana. Primeiramente,
abordaremos alguns traços da realidade atual, principalmente olhando para o conceito de
neoliberalismo que além de afetar as estruturas físicas, coloca-se como uma nova razão,
transformando profundamente as relações sociais. Em seguida, a partir do testemunho e
das ações que nortearam a vida do padre Elli Benincá, principalmente nos seus escritos
sobre práxis pedagógica, ação dialógica, educação libertadora e ressignificação da prática,
apontaremos alguns indicativos que podem contribuir para o compromisso pastoral.
Para ajudar com o objetivo proposto, a pesquisa tem amparo teórico, sobretudo, em
Benincá (2002), Balbinot e Benincá (2009), Brighenti (2016), Dardot e Laval (2016), Laval
(2004), vero; Tonieto; Consalter (2020) e em estudos recentes que homenageiam o
padre Elli Benincá, trazendo à tona sua contribuição para o cenário atual e em estudos de
educadores que abordam a presença do neoliberalismo que afronta os interesses sociais.
Dentro deste campo bibliográfico, a pesquisa configura-se quanto aos procedimentos num
trabalho hermenêutico com as fontes citadas. Esse procedimento investigativo torna-se
importante pela relevância da temática e pela viabilização do diálogo com as fontes em
busca de respostas para o objetivo norteador da investigação.
2 CONTEXTO DE MUDANÇAS: O NEOLIBERALISMO E SEUS IMPACTOS NA VIDA
Basta olhar ao redor para perceber quantas mudanças vêm ocorrendo a nível de
Brasil e de mundo. São mudanças profundas no âmbito econômico, social, cultural e que
afetam as instituições e as pessoas de modo geral. Como a Igreja é constituída de pessoas,
também é atingida pelas transformações emergentes. Mas, o que tem afetado a vida das
pessoas? Por que as relações se tornaram mercadológicas? Por que a competição, o
individualismo, a ganância e a concorrência estão se contrapondo a valores cristãos
1 Agenor BRIGHENTI. Em que o Vaticano II mudou a Igreja, 2016, p.77.
VERO, Altair Alberto; SANTOS, Antônio Pereira dos
Desafios da pastoral transformadora a partir da práxis benicaniana no contexto neoliberal
Revista Teopráxis,
Passo Fundo, v.39, n.133, p. 72-80, Jul./Dez./2022. ISSN On-line: 2763-5201.
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importantes como a solidariedade e a vida comunitária? E diante desses desafios, como a
Igreja tem organizado sua prática pastoral? São perguntas atuais, inquietantes e por isso,
“uma das preocupações necessárias é compreendermos essa nossa época”
2
. Nesse ínterim,
um conceito bastante utilizado por autores do âmbito político, social e educacional, para
demonstrar como a sociedade vem sendo acarretada, é o conceito de neoliberalismo,
definido por “um conjunto de discursos, práticas e dispositivos que determinam um novo
modo de governo dos homenssegundo o princípio universal da concorrência”
3
.
Concernente a isto, ainda em 2009, Benincá e Balbinot, faziam uma leitura de época,
demonstrando que os tempos mudaram, pois, “passamos de um tipo humano que coloca
toda a sua vida à disposição do processo produtivo para um outro que tenta gozar da
produção, e para isso, não problema em mercantilizar a si próprio”
4
. Percebe-se que
depois de muitos anos, essa lógica apoderou-se dos comportamentos, a forma relacional
com os outros e consigo mesmo. Ou seja, é uma luta econômica que adentra a “forma de
nossa existência”
5
. Sendo assim, essa mercantilização, precisa ser compreendida também
pelo olhar de pensadores que problematizam a “subjetivação neoliberal, que opera na vida
comum, no trabalho e fora dela, provocadas pelo neoliberalismo que operam no sentido do
egoísmo social e da negação da solidariedade”
6
. Ou seja, a subjetivação transforma os
sujeitos em mercadoria, por um processo que adentra as relações sociais, produzindo “a
mercantilização implacável de toda a sociedade”
7
. Sendo assim, “o que o neoliberalismo
passa propor não é somente uma ressignificação de uma racionalidade mercantil, mas sim,
a concepção de uma sociabilidade que passa a ser regida por uma lógica empresarial”
8
.
Também, é importante frisar que essa lógica neoliberal, para os autores Dardot e
Laval, torna-se uma nova racionalidade, na medida que orienta políticas e
comportamentos numa nova direção, ou seja, “quando tornar-se uma norma geral de vida,
que passa a ser incorporada ‘naturalmente’ na alma e no coração das pessoas”
9
. Dessa
forma, como consequência, as relações são individualizadas e pautadas por uma
concorrência generalizada “que transforma desde os mais ricos, até os extremamente
pobres, colonizando o inconsciente, a subjetividade e a própria vida”
10
.
Tal dimensão ressaltada acima, revela o caráter obscuro e perverso dessa nova
subjetividade pautada pela lógica empresarial. É sistematicamente a construção de pessoas
tuteladas pelo mercado, pela empresa e desejo de realização pessoal. Isso significa, que a
racionalidade coletiva, ou o exercício da solidariedade são banidos, através do controle dos
comportamentos e da redefinição do caráter. Em outras palavras, "a racionalidade neoliberal
produz o sujeito de que necessita ordenando os meios de governá-lo para que ele se conduza
realmente como uma entidade em competição”
11
. Esse ordenamento, expõe os indivíduos
aos próprios riscos e inteira responsabilidade por seus fracassos. Como consequência, nega-
se o caráter fundamental das políticas, atras da instrumentalização da empresa como
primordial para a superação de si mesmo, a prosperidade e resolução de problemas.
Ao se tornar especificamente um projeto de construção de uma racionalidade
instrumental da vida e uma poderosa ferramenta de dominação dos sujeitos, o modelo
2 Elli BENINCÁ; Rodinei BALBINOT. Metodologia pastoral: mística do discípulo missionário, 2009, p.10.
3 Pierre DARDOT; Christian LAVAL. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal, 2016, p.17.
4 Elli BENINCÁ; Rodinei BALBINOT. Metodologia pastoral: mística do discípulo missionário, 2009, p.11.
5 Pierre DARDOT; Christian LAVAL. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal, 2016, p.16.
6 Pierre DARDOT; Christian LAVAL. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal, 2016, p.9.
7 Pierre DARDOT; Christian LAVAL. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal, 2016, p.23.
8 Regiano BREGALDA. A formação humana no contexto da colonização neoliberal da subjetividade, 2020, p.200.
9 Regiano BREGALDA. A formação humana no contexto da colonização neoliberal da subjetividade, 2020, p.201.
10 Regiano BREGALDA. A formação humana no contexto da colonização neoliberal da subjetividade, 2020, p.201.
11 Pierre DARDOT; Christian LAVAL. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal, 2016, p.328.
Revista Teopráxis,
Passo Fundo, v.39, n.133, p. 72-80, Jul./Dez./2022. ISSN On-line: 2763-5201.
VERO, Altair Alberto; SANTOS, Antônio Pereira dos
Desafios da pastoral transformadora a partir da práxis benicaniana no contexto neoliberal
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neoliberal se constituiu por promessas sedutoras de liberdade de escolhas, do fim da
interferência de um estado opressor e do livre mercado. No entanto tais promessas se
tornaram ineficazes para resolver e enfrentar os problemas sociais, ambientais e
educacionais da população de baixa renda. O neoliberalismo promoveu a constituição de
uma suposta subjetividade inovadora, flexível, aberta ao novo, capaz de conviver com a
mudança permanente e incentivando a busca pela excelência, mas incapaz de criar políticas
de proteção para os mais pobres, para os que não têm poder econômico e para os
marginalizados e excluídos do banquete econômico. O princípio e o fim de todas as
questões encontram-se em ser empreendedor de si mesmo. Isso pressupõe “que a empresa
se torna não apenas um modelo geral que deve ser imitado, como também uma atitude que
deve ser valorizada nos sujeitos, uma energia potencial”
12
. Nessa nova condição de vida,
segue-se o horizonte do agir individual em prol do desenvolvimento de si, flexibilidade,
aperfeiçoamento e tecnicismo das próprias condutas. Nesse ínterim, Brighenti reafirma
que “a sociedade vive uma transformação histórica que se caracteriza por grandes
mudanças que afetam profundamente a vida das pessoas, marcado principalmente pela
globalização da indiferença”
13
. Ou seja, o neoliberalismo vai colonizando todas as relações
humanas, tornando-as mercadológicas, pautadas pela indiferença e sobretudo, pelo viés
competitivo, que coloca o outro como inimigo/concorrente a ser vencido. Por isso, a
necessidade de “refazer o tecido social e eclesial”
14
.
Quando do ponto de vista desta conjuntura social, de fragmentação das relações
humanas e o enfraquecimento de qualquer ideal pautado pelas instituições, faz-se
necessário primeiramente entender a corrosão engendrada pelo neoliberalismo, para em
seguida apontar caminhos para uma pastoral transformadora. O contexto de mudanças,
sobretudo caracterizado pela formação do sujeito neoliberal “transforma os cidadãos em
consumidores de serviços que nunca têm em vista nada além de sua satisfação egoísta”
15
.
Por isso, é de suma importância entender a engrenagem que está posta, transformando os
sujeitos em responsáveis tanto pelo fracasso ou pelo sucesso de suas vidas, sem considerar
políticas públicas de qualidade e para todos. Esse é o modelo que se instalou por meio da
“interiorização”, do qual o neoliberalismose alimenta e sobrevive.
Nesse sentido, compreender o neoliberalismo e as mudanças que vêm ocorrendo, é
tarefa primordial para quem deseja aventurar-se na prática de uma pastoral
transformadora, constatando as inúmeras contradições de um modelo concorrencial e
compatível com a nova estrutura econômica. Uma pastoral, alicerçada na vida fraterna,
solidária e em vista do bem comum, não se distancia da realidade, nem tampouco deixa de
fazer críticas ao economicismo que transforma as relações na busca de interesses
individuais, em contrapartida aos interesses comunitários. Nesse sentido, podemos
afirmar que “o presente e o futuro da humanidade dependem da coragem de constituir
políticas e tomadas de decisão que sejam suficientemente conscientes dos rumos
societários de uma determinada coletividade”
16
. Porque na medida que o neoliberalismo
acentua as desigualdades, a pastoral, constitui-se como força propulsora de diálogo em
torno da vida, da humanização e da promoção da dignidade humana.
Assim, cultivar a humanidade por meio da uma pastoral comprometida com a vida
“representa a capacidade de colocar-se no lugar dos outros, de interpretar e compreender
12 Pierre DARDOT; Christian LAVAL. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal, 2016, p.332.
13 Ferraro BENEDITO. Refazer o tecido social e eclesial, 2021, p.162.
14 Ferraro BENEDITO. Refazer o tecido social e eclesial, 2021, p.163.
15 Pierre DARDOT; Christian LAVAL. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal, 2016, p.320.
16 Altair Alberto VERO; Junior CENTENARO; Antônio Pereira dos SANTOS. A cultura humanista como antídoto ao
empresariamento da educação: para além da eciência e da ecácia, 2020, p.173.
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VERO, Altair Alberto; SANTOS, Antônio Pereira dos
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de forma inteligente a história das pessoas, seus anseios, emoções, desejos e opiniões”
17
.
Por isso, toda e qualquer ação pastoral é carregada de intencionalidade e carrega no seu
bojo a promoção da vida em abundância, assim, “a vida é o ponto de chegada da pastoral e
também o de partida
18
. Dado o contexto marcado pela exclusão, e da corrosão das
relações, “se quisermos ultrapassar o neoliberalismo, abrindo alternativa positiva, temos
de desenvolver uma capacidade coletiva que ponha a imaginação política para trabalhar a
partir das experimentações e das lutas do presente”
19
. Nessa perspectiva, podemos dizer
que o princípio comunitário que emana de uma pastoral transformadora e profética, das
lutas e das experiências remete a um sistema de práticas diretamente contrárias à
racionalidade neoliberal. Desse modo, através do panorama apresentado até aqui, em
seguida, o texto procura apontar indicativos para uma pastoral que reflete as preocupações
da sociedade, sobretudo no que tange aos problemas sociais proporcionados pelo
neoliberalismo. Para sustentar a análise, a reflexão baseia-se na práxis benicaniana.
3 A PASTORAL E A PRÁXIS BENICANIANA
Certamente, um dos primeiros passos para uma ação pastoral que tenha em vista o
bem social, a formação para a esperança e a consciência comunitária, faz-se necessário, de
antemão olhar para a realidade de forma cautelosa, crítica e objetivando a transformação
das estruturas. Anteriormente, vimos o quanto o neoliberalismo tem influência constante
na subjetividade dos sujeitos, ocasionando mudanças que dizem respeito à coletividade,
cerceando a autonomia em consonância com a lógica do individualismo, da precariedade e
da concorrência exacerbada. Diante desse contexto, que novas relações são necessárias?
Como a práxis benicaniana pode contribuir para uma pastoral transformadora?
Antes de adentrarmos mais especificamente nas questões apontadas acima, é preciso
compreender o conceito de práxis, orientador dos escritos e da ação evangelizadora do
padre e educador Elli Benincá. Para uma compreensão mais aguçada, “considera-se que o
processo informal e espontâneo da prática se constitui sobretudo, do conhecimento
advindo do senso comum”
20
. Assim, por ser adquirido de forma espontânea, o portador
desse saber não percebe a necessidade de transformar-se. Dessa maneira, a prática pastoral,
torna-se uma ação fragmentada, superficial e que não gera a experiência do vivido.
Evidentemente que o nosso intento não é se ater à reflexão sobre o senso comum, pois esta
demanda outras investigações. Porém, o que nos cabe é olhar para uma “pedagogia da
práxis como caminho possível para viabilizar a transformação dos sujeitos”
21
, e
transformando os sujeitos, transformar-se–á o modo de fazer pastoral.
Voltando ao que foi dito no primeiro pico, sobre o contexto de mudanças,
ocasionado pelo neoliberalismo, que se configura de maneira implacável em mudar o
modo de ser dos sujeitos, contaminando as instituições e os seus membros, desconsidera a
participação, o diálogo, e a problematização dos reais problemas que a sociedade vem
passando. Essa nova racionalidade obstrui o agir coletivo, “provocandoo egoísmo social e
negação da solidariedade”
22
, e por consequência a diluição da cidadania e da vivência
democrática. Em contrapartida, “a ação pastoral precisa ser uma ação transformadora,
17 Altair Alberto VERO; Junior CENTENARO; Antônio Pereira dos SANTOS. A cultura humanista como antídoto ao
empresariamento da educação: para além da eciência e da ecácia, 2020, p.171.
18 Agenor BRIGHENTI. Teologia Pastoral: A inteligência reexa da ação evangelizadora, 2021, p. 99.
19 Pierre DARDOT; Christian LAVAL. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal, 2016, p.9.
20 Altair Alberto FÁVERO. A práxis benicaniana na formação continuada de professores, 2022, p.275.
21 Elli BENINCÁ. O senso comum pedagógico: práxis e resistência, 2002, p.171.
22 Pierre DARDOT; Christian LAVAL. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal, 2016, p.9.
Revista Teopráxis,
Passo Fundo, v.39, n.133, p. 72-80, Jul./Dez./2022. ISSN On-line: 2763-5201.
VERO, Altair Alberto; SANTOS, Antônio Pereira dos
Desafios da pastoral transformadora a partir da práxis benicaniana no contexto neoliberal
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geradora de vida, humanizadora, dado que o divino é a plenitude do humano”
23
. Para o
mesmo autor, uma ação pastoral transformadora, toma posição frente a tudo o que
contradiz o “Reino de vida da opção pelos pobres à ótica do cuidado e da defesa da vida”
24
.
Compreende-se dessa maneira, que o método da práxis pedagógica para o padre Elli
Benincá, “é caracterizado pela autoformação e formação coletiva, compreende um
processo metodológico de observação da prática, por sua vez, registrada e refletida de
forma sistemática”
25
. Nessa perspectiva, “a pastoral torna-se o agir do povo de Deus no
mundo em mudança”
26
que também se constitui em denúncia às ameaças à vida,
“transforma as concepções de mundo e ressignifica os sentidos impostos à consciência das
pessoas”
27
. Essa visão de mundo, marcada pela sensibilidade, humildade, tomada de
consciência das próprias limitações e percepção do mundo em que vive, demonstra um
novo jeito de fazer pastoral. Assim, uma pastoral orientada por princípios que
fundamentam uma metodologia participativa é o grande intuito e defesa do padre e
educador Elli Benincá, tanto em seus escritos, como em seu testemunho de vida.
Importante destacar que para o padre Elli Benincá, ao lado do princípio da
participação, está o princípio do diálogo, que “significa a palavra aqui e ali, um com o
outro e para que aconteça um diálogo verdadeiro necessidade de reconhecimento entre
as partes e, ao mesmo tempo, de se colocar num processo em que não uma verdade
derradeira”
28
. Assim, o diálogo torna-se um caminho fértil para quebrar as barreiras da
indiferença e torna-se um dos caminhos de construção do bem comum. O sentido do
diálogo, a partir da perspectiva que o padre Elli Benincá desenvolveu, “vem acompanhado
de um sensível tato pedagógico que se conjuga com as capacidades de ouvir, ver, sentir
com o outro”
29
, assim, é possível “dizer que o diálogo de Benincá configurou-se pela sua
generosidade de colocar-se junto ao outro, de deixá-lo falar, de dar-lhe o tempo para se
expor, pensar e interagir dialogicamente”
30
.
Através do que foi apontado até agora, precisamos voltar à pergunta norteadora
desta investigação: quais os indicativos para uma pastoral transformadora num contexto
de mudanças a partir da práxis benincaniana? Com essa pergunta, nos atrevemos a elencar
três indicativos que poderão ajudar no caminho de fortalecimento de uma pastoral que
tenha em sua centralidade a vida, o ser humano, a justiça social e o exercício da cidadania.
Em primeiro lugar, ter consciência das transformações de um mundo em mudança, e
isto, o padre Elli soube muito bem, através de um olhar aguçado e sempre a frente de seu
tempo, soube compreender a realidade em que vivia, de olho num passado/presente, ou
seja, no Concílio Vaticano II, e lançar luzes para o futuro, ainda que incerto, cheio de
desafios. Com muitas aspirações, “refletiu sobre a teologia, a pastoral e todo o processo
formativo a partir das dificuldades e aspirações, dos alcances e contexto eclesiais peculiares
da região em que vivia”
31
. Compreendendo que as mudanças feitas pelo Concílio Vaticano
II, não deveriam ser assumidas apenas no discurso e que os documentos não ficassem
engavetados, assumiu e propôs uma prática pastoral de acordo com a eclesiologia conciliar.
23 Agenor BRIGHENTI. Teologia Pastoral: A inteligência reexa da ação evangelizadora, 2021, p. 98.
24 Agenor BRIGHENTI. Teologia Pastoral: A inteligência reexa da ação evangelizadora, 2021, p. 98.
25 Altair Alberto FÁVERO. A práxis benicaniana na formação continuada de professores, 2022, p.282.
26 Neri José MEZADRI; Ivanir Antônio RODIGHERO. Fazer teológico pastoral no Itepa. Caminhando com o Itepa,
2008, p. 34.
27 Neri José MEZDRI; Ivanir Antônio RAMPOM; Ivanir Antônio RODIGHERO. Fazer teológico pastoral no Itepa:
Caminhando com o Itepa. Passo Fundo, 2008, p. 38.
28 Elli BENINCÁ; Rodinei BALBINOT. Metodologia pastoral: mística do discípulo missionário, 2009, p.171.
29 Eldon Henrique MUHL; Telmo MARCON. Formão de educadores-pesquisadores: contribuições de Elli Benin, 2022, p.191.
30 Eldon Henrique MUHL; Telmo MARCON. Formação de educadores-pesquisadores: contribuões de Elli Benin, 2022, p.184.
31 Ivanir Antônio RODIGHERO. Padre Elli: uma vida dedicada à formação, 2022, p. 363.
Revista Teopráxis,
Passo Fundo, v.39, n.133, p. 72-80, Jul./Dez./2022. ISSN On-line: 2763-5201.
VERO, Altair Alberto; SANTOS, Antônio Pereira dos
Desafios da pastoral transformadora a partir da práxis benicaniana no contexto neoliberal
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Sempre fazendo a leitura das mudanças de época, apontando inclusive para a crise na
Igreja e para a crise na sociedade como um todo. Por isso, “urge a construção de um novo
modelo de agente de pastoral”
32
, consequentemente um novo jeito de fazer pastoral, “mas
isso não acontece sem o enfrentamento da crise”
33
.
Ainda sobre o primeiro indicativo, cabe mencionar a importância e a capacidade de
deixar-se envolver e sensibilizar com os novos contextos e necessidades das pessoas, por
isso, padre Elli Benincá, “entendia que o processo participativo, é uma mediação para a
libertação de tudo o que, na sociedade, na comunidade eclesial e nas pessoas, é obstáculo ao
crescimento do ser, do conviver, do amar, do educar-se e do servir os irmãos e as irmãs”
34
.
Essa visão de mundo, de ser humano, permeada por uma prática historicizada em vista de
uma experiência vivida e transformadora, é possível “quando as pessoas são o ponto de
partida do processo participativo na ação pastoral, compreendidas a partir de suas práticas,
da graça de Deus e do contexto sócio-histórico-cultural com a qual interagem”
35
. Essa
prática é entendida com o olhar para a ação, para a realidade, refletindo as mudanças e
descortinando o que impede uma ação mais inclusiva, direcionando o próprio agir, para
ações solidárias, de esperança e de vida.
Em segundo lugar, como indicativo para uma pastoral transformadora, a defesa de
uma cultura humanista, frente ao neoliberalismo. Mesmo sem mencionar as consequências
neoliberais na vida das pessoas em seus escritos, sempre refletiu sobre a racionalidade
imposta aos sujeitos, que corroía as relações humanas, impossibilitando o diálogo e o
processo participativo. Defende “que o ser humano não é uma máquina que pode ser
montada e desmontada, peça por peça, pois a ação humana é imprevisível e não resulta de
um processo previamente estabelecido”
36
. Nota-se que o modelo neoliberal, transforma os
sujeitos em objetos e as ações são isoladas e organizadas mecanicamente. Padre Elli, propôs
caminhos favoráveis de mudança e de inserção que fosse contextualizado, por isso sua
preocupação com os mais fragilizados, com os contextos sociais e históricos e sobretudo,
“na luta contra a opressão e na busca por justiça e dignidade humana”
37
. Nesse sentido, a
pastoral para o padre Elli era considerada integral, encarnada na vida do povo, profética e
sempre à luz da opção pelos pobres. Sendo assim, as ações coletivas e humanizadoras,
mediante uma pastoral orgânica, pode tornar-se “um caminho para resistir aqui e agora à
racionalidade dominante, ou seja, a racionalidade neoliberal”
38
.
Em terceiro lugar, outro grande indicativo é a educação como princípio
fundamental de promoção do ser humano. Quando os agentes de pastoral, arregaçam as
mangas, estudam e vivem o processo metodológico “agente-comunidade-contexto”
39
, o
defendido pelo padre Elli, a pastoral torna-se um espaço de inclusão e de inúmeras
possibilidades de promoção do ser humano. A práxis pedagógica não é apenas para o
outro, mas para todos que querem e se deixam conduzir por um processo que se faz no
caminho, mas que exige preparação, formação, humildade e capacidade para enfrentar os
conflitos existentes. Ainda, para a superação de tantos desafios relacionados à prática e aos
contextos sociais, padre Elli ressaltava, a importância da formação continuada,
“considerando a necessidade de projetos de formação que superassem o paradigma dos
32 Elli BENINCÁ; Rodinei BALBINOT. Metodologia pastoral: mística do discípulo missionário, 2009, p.14.
33 Elli BENINCÁ; Rodinei BALBINOT. Metodologia pastoral: mística do discípulo missionário, 2009, p.14.
34 Ivanir Antônio RODIGHERO. Padre Elli: uma vida dedicada à formação, 2022, p. 365.
35 Ivanir Antônio RODIGHERO. Padre Elli: uma vida dedicada à formação, 2022, p. 365-366.
36 Elli BENINCÁ; Rodinei BALBINOT. Metodologia pastoral: mística do discípulo missionário, 2009, p.104.
37 Gaston HILGERT. Elli Benincá: o revolucionário humanista, 2022, p. 169.
38 Pierre DARDOT; Christian LAVAL. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal, 2016, p.396.
39 Elli BENINCÁ; Rodinei BALBINOT. Metodologia pastoral: mística do discípulo missionário, 2009, p.74.
Revista Teopráxis,
Passo Fundo, v.39, n.133, p. 72-80, Jul./Dez./2022. ISSN On-line: 2763-5201.
VERO, Altair Alberto; SANTOS, Antônio Pereira dos
Desafios da pastoral transformadora a partir da práxis benicaniana no contexto neoliberal
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repasses de informação”
40
. Ainda, essa modalidade formativa, não pode ser concebida
apenas como acúmulo de conhecimentos e técnicas, mas é necessário “consolidar-se como
um trabalho de reflexibilidade crítica sobre as práticas e de construção permanente de uma
identidade pessoal e profissional em interação mútua”
41
.
Com esses três indicativos, não queremos fechar a discussão sobre os desafios da
pastoral transformadora a partir da práxis benicaniana no contexto neoliberal, mas são
aspectos considerados pelos autores, pertinentes e fundamentais que são possíveis
considerar a partir da práxis benicaniana. Padre Elli, acreditava que a promoção da vida se
faz de mãos dadas com o diferente, respeitando e propondo caminhos de justiça social para
ambos os lados. Acreditava, numa pastoral humana e humanizadora, “com o horizonte
sempre aberto, em processo continuado de construção”
42
.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo por cenário o contexto de mudanças, pautado pela racionalidade neoliberal
que está se tornando o modelo dominante que vem colonizando e formatando as relações
sociais e as vidas humanas, a presente reflexão buscou delinear, mediante a práxis
benicaniana, caminhos para uma pastoral transformadora. Sabemos que são muitas as forças
que procuram distanciar a construção de uma sociedade fraterna, e entre essas forças,
existe a racionalidade neoliberal, que conduz os sujeitos paraa diluição das relações coletivas.
Nossa pretensão não foi esgotar a temática, aporque o pensamento benicaniano é
impossível de traduzir em poucas páginas de um texto, mas realçar sua primorosa
contribuição de uma metodologia pastoral, baseada numa práxis formativa, humanizadora
e promotora do cuidado com a vida. Assim, no atual cenário brasileiro, marcado por
imensos problemas sociais e inúmeras fragilidades da vida dos mais pobres, marcados pela
colonização da razão neoliberal que subjuga os sujeitos e suas ações, entendemos que a
ação pastoral precisa ser profética, conjugando reflexão e ação numa práxis formativa.
Sobre este aspecto o padre Elli Benincá, soube dar seu testemunho com maestria, pois
viveu, ensinou e compartilhou sua vida com os mais frágeis e com todos aqueles que
assumem com responsabilidade a defesa da dignidade humana.
Portanto, uma pastoral libertadora, precisa ser profética de denúncia e anúncio:
denúncia da lógica desigual e profundamente injusta baseada no modelo mercantil e
economicista que promove a exclusão e a marginalização dos mais pobres; anúncio da boa
nova que se faz presente quando são promovidas ações de solidariedade, inclusão,
reconhecimento e vida digna para todos. A pastoral libertadora se materializa por meio do
diálogo, da participação e da tomada de consciência das amarras que impossibilitam que as
pessoas vivenciem a solidariedade e a experiência comunitária. Frente aos imperativos
autoritários do neoliberalismo que coloca os sujeitos em confronto, constituindo
indivíduos adversários e concorrentes, a práxis benicaniana sugere o diálogo e a acolhida,
o protagonismo de todos como irmãos e irmãs, no cuidado com a vida, na opção por uma
causa justa, verdadeira, contextual e que promova a transformação da sociedade para que
todos tenham vida digna.
40 Altair Alberto FÁVERO. A práxis benicaniana na formação continuada de professores, 2022, p.282.
41 Altair Alberto FÁVERO. A práxis benicaniana na formação continuada de professores, 2022, p.282.
42 Elli BENINCÁ; Rodinei BALBINOT, Metodologia pastoral: mística do discípulo missionário, 2009, p.106.
Revista Teopráxis,
Passo Fundo, v.39, n.133, p. 72-80, Jul./Dez./2022. ISSN On-line: 2763-5201.
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Desafios da pastoral transformadora a partir da práxis benicaniana no contexto neoliberal
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