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DOM JOSÉ GOMES E A METODOLOGIA
POPULAR DOS GRUPOS DE REFLEXÃO
NA DIOCESE DE CHAPECÓ-SC
DOM JOSÉ GOMES AND THE POPULAR
METHODOLOGY OF REFLECTION GROUPS
IN THE DIOCESE OF CHAPECÓ-SC
Tiago Arcego da Silva*
Resumo: As décadas de 1960 a 1980 trazem um novo cerio eclesial, diante do
contexto potico, social e econômico em toda a América Latina. um
aprofundamento da pobreza e desigualdade social, bem como também a
abertura da Igreja Calica para uma nova leitura teogica, a partir do Conlio
Vaticano II (1962-1965), Medellín (1968) e da Teologia da Libertação. No bojo
deste contexto, é transferido para a Diocese de Chapecó, no Oeste Catarinense,
o bispo Dom Jo Gomes, o qual se torna um ícone da ala progressista Igreja
Católica no Brasil. O bispo irá desencadear muitas frentes eclesiais e sociais
libertadoras. Entre elas, interessa nesta reflexão percorrer a metodologia dos
Grupos de Refleo, dimeno eclesial singular na formação e libertação das
consciências do povo do Oeste se Santa Catarina. Para dar conta deste objetivo,
primeiro refletimos o fortalecimento dos Grupos e sua metodologia na
Diocese, e em seguida, o papel fundamental de Dom Jo em reforçar e
entender tais reuniões como espaço privilegiado de formão de lideranças.
Palavras-chave: Grupos de Reflexão; Dom José Gomes; Teologia da
Libertação; Diocese de Chapecó.
Abastract: The decades from 1960 to 1980 brought a new ecclesial scenario,
given the political, social and economic context throughout Latin America.
There is a deepening of poverty and social inequality, as well as the opening of
the Catholic Church to a new theological reading, from the Second Vatican
Council (1962-1965), Medellín (1968) and Liberation Theology. In the midst of
this context, Bishop Jo Gomes is transferred to the Diocese of Chape, in
western Santa Catarina, who becomes an icon of the progressive wing of the
Catholic Church in Brazil. The bishop will unleash many liberating ecclesial
and social fronts. Among them, it is interesting in this reflection to go through
the methodology of the Reflection Groups, a singular ecclesial dimension in
the formation and liberation of the consciences of the people of the West of
Santa Catarina. To achieve this objective, we first reflect on the strengthening
of the Groups and their methodology in the Diocese, and then, the
fundamental role of Dom Jo in reinforcing and understanding such meetings
as a privileged space for leadership formation.
Keywords: Reflection Groups; Dom Jose Gomes; Liberation Theology;
Diocese of Chapecó.
v. 39, n. 133, Passo Fundo,
p. 50-60, Jul./Dez./2022,
ISSN on-line: 2763-5201
DOI:dx.doi.org/10.52451/teopraxis.v39i133.126
* Mestre em História pela Universidade de
Passo Fundo - UPF. Graduado em História
pela Universidade Federal da Fronteira Sul
(2014). Especialista em Espiritualidade pela
Faculdade de Teologia e Pastoral - Itepa
Faculdades, de Passo Fundo. Especialista em
Educação no Campo com ênfase em Estudos
da Realidade Brasileira pela Universidade
Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó.
E-mail: tiago_xxe@hotmail.com
https://orcid.org/0000-0003-4573-0683
Recebido em 30/09/2022
Aprovado em 19/10/2022
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INTRODUÇÃO
O contexto do final da década de 1960 apresenta um cenário de endurecimento do
regime político no país, desigualdade social em números alarmantes, repressão, fome e
pobreza. Cena parecida se replicava em muitos países da América Latina. Diante deste
panorama, a Igreja Católica procurava se reposicionar, ao mesmo tempo em que sofria
pressão para que assumisse uma postura mais aberta, frente a sua tamanha influência neste
ambiente, fruto de diferentes experiências locais e os resultados do Concílio Vaticano II
(1962-1965). A Conferência Episcopal realizada em Medellín, em 1968, aponta novas
possibilidades de abordagem, com campo aberto para uma nova interpretação teológica,
pouco mais tarde sintetizada como Teologia da Libertação (TdL)
1
, em todo o Continente.
É nesse período que ocorre a transferência de Dom José Gomes, então bispo da
Diocese de Bagé RS, para ser o terceiro bispo da Diocese de Chapecó - SC, o qual
permaneceria de 1968 até 2002, ano de sua morte. Embora não se saiba ao certo o porquê
da decisão política da Igreja pela transferência do bispo, como veremos, em Chapecó sua
presença foi decisiva, pois assumiu o cargo de figura eclesial mais importante, e também
foi onde sua história ficou marcada como à história de um grande líder da Igreja e dos
movimentos sociais no Brasil.
Aos poucos, a Igreja local assume e traduz os debates que toda a América Latina fazia
em torno da Teologia da Libertação e também se estrutura a partir da “opção preferencial
pelos pobres”. Os círculos bíblicos, as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), os Grupos de
Reflexão (GRs), as Pastorais Sociais, o avanço na democratização das tomadas de decisão
incorporando o papel fundamental dos leigos e os espaços de formação de e política,
serão grandes marcas da Igreja diocesana, principalmente nas décadas de 1970-1980.
Os Grupos de Reflexão, como veremos, fomentam o estudo dos documentos
eclesiais, da Bíblia e da realidade social, política, econômica e cultural em que eram
condicionadas as comunidades. No entanto, o bojo das discussões propostas pelos roteiros
gera conflitos de interesses entre os diferentes grupos sociais, logo esse se torna um
período onde ocorrem grandes enfrentamentos e tensões relacionados às posturas e ações
da Instituição na região em defesa dos pobres.
Vale destacar a grande importância da figura do bispo diocesano como
impulsionador e rígido na cobrança da efetivação do modelo de Grupos de Reflexão. É
neste cenário que a Igreja local ganha notoriedade, a partir da formação de lideranças e na
organização popular e é reconhecida em todo o Brasil pelo grande número de pessoas que
aparecem à frente dos movimentos populares, partidos políticos e pastorais sociais. Ao
mesmo tempo, Dom José é lembrado como o “bispo dos pequenos”, “mestre e aprendiz do
povo”, “profeta da esperança” e tantos outros adjetivos que ainda marcam a vida e história
de quem conviveu ou, simplesmente, soube de sua atuação na defesa dos “pequenos” e no
anúncio de uma nova organização geradora da justiça social, a partir da Teologia da
Libertação.
2
1 A Teologia da Libertação foi uma ampla produção teológica, com pressupostos históricos, sociológicos, econômicos
e sociais, fruto de debates a partir da linha mais social da Igreja Católica e protestante, que nortearam uma leitura e
ação a partir da experiência e protagonismo da “opção pelos pobres”. Ela vai ter conceito e atuação singular na
América Latina, especialmente, entre as décadas de 1970 a 1990. Na referência a seguir, apontamos uma
oportunidade de aprofundamento no conceito.
2 Infelizmente não é possível fazer uma análise mais detalhada sobre todos os conceitos importantes registrados nesta
introdução. Para evitar a exaustão, ao mesmo tempo em que fugiríamos da proposta do artigo, damos ao leitor
apenas uma possibilidade de leitura de cenário. Para um debate mais amplo dentro destes pressupostos, o qual baliza
esse rápido estudo, ver: Tiago Arcego da SILVA. A práxis política da Igreja Católica na Diocese de Chapecó/SC (1970-
1980). Erechim: AllPrint, 2018.
SILVA, Tiago Arcego da
Dom JoGomes e a metodologia popular dos Grupos de Reflexão na Diocese de Chapecó-SC
Revista Teopráxis,
Passo Fundo, v.39, n.133, p. 50-60, Jul./Dez./2022. ISSN On-line: 2763-5201.
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Fonte: IBGE, 2015; FRITZEN, Maycon; SILVA, Tiago Arcego da. (Org). 2015. In: SILVA, Tiago
Arcego da. A práxis política da Igreja Católica na Diocese de Chapecó/SC (1970-1980). Erechim: AllPrint,
2018. p. 17.
OS GRUPOS DE R E FLEXÃO NA DIOCESE DE CHAPECÓ
Como dito, os Grupos de Reflexão (GRs) eram um dos principais mecanismos de
comunicação e formação na Diocese de Chapecó. Em 1975, os GRs, baseados na Educação
Popular de Paulo Freire, foram assumidos pela primeira vez como Diretriz para
Evangelização. A metodologia propunha o fomento das CEBs, onde deveria se consolidar
a renovação litúrgica e bíblica, a partir de uma “leitura popular da Bíblia”, em parcerias da
Diocese com diferentes grupos ligados à Teologia da Libertação, como o projeto
“ASSESSOAR” de Francisco Beltrão – PR; o Centro de Orientação Missionária COM, de
Caxias do Sul; e o Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos CEBI.
3
Neste ínterim, embora
também com dificuldades, é que eram difundidas de maneira mais efetiva para as
lideranças e comunidades as posturas da Igreja diocesana frente aos problemas sociais.
a partir de 1976, a Diocese passou a produzir seus próprios roteiros para Grupos
de Reflexão. Na prática, a proposta era de que pequenos núcleos familiares, dentro das
comunidades eclesiais de base, pudessem se encontrar para estudar um tema específico,
que era proposto a partir da realidade, seguido de uma leitura bíblica com perguntas para
serem debatidas pelos grupos e, por fim, um bloco destinado a fazer com que os mesmos
percebessem formas de ação concreta na comunidade ou sociedade. Frequentemente, os
roteiros também apresentavam gravuras ou desenhos para ilustrar o tema proposto. Por
abordarem temas locais, ligadas às questões macro, reunir diferentes visões de mundo,
posicionamentos e interesses, não sem demora, conflitos passaram a existir também no
seio das comunidades, como veremos adiante.
Figura 1 – Abrangência territorial da Diocese de Chapecó.
3 Adayr Mário TEDESCO; Romualdo ZIMMER. O pastor de uma Igreja que transformou o Oeste. In: UCZAI, Pedro
(Org.). Dom José Gomes: Mestre e Aprendiz do Povo. p. 82-83.
Revista Teopráxis,
Passo Fundo, v.39, n.133, p. 50-60, Jul./Dez./2022. ISSN On-line: 2763-5201.
SILVA, Tiago Arcego da
Dom JoGomes e a metodologia popular dos Grupos de Reflexão na Diocese de Chapecó-SC
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Fonte: DIOCESE DE CHAPE. Natal Vida e Esperança Pastoral Rural. Roteiro de Grupo de Reflexão. Chapecó, 1980.
pia no arquivo do Secretariado Diocesano de Pastoral. Av. Gelio Vargas, 121S, Chapecó-SC.
Segundo Clodovis Bo, “todo o trabalho popular necessita destas duas coisas, ligadas
entre si: teoria (reflexão, estudo, análise, compreensão) e práxis (ou prática, ação,
compromisso, luta)”.
4
Desta maneira, os roteiros buscavam essa mediação entre o estudo e
o compromisso concreto, o que também era princípio primeiro na discussão
apresentada por Paulo Freire a partir de seu método.
Em 1988, por exemplo, foi enviado para as comunidades um caderno de roteiros
para os GRs, comemorativo aos primeiros 12 anos de elaboração pela própria Diocese de
Chapecó. Nele os objetivos dos Grupos de Reflexão são retomados e apresentados como: 1
Evangelizar o povo cristão; 2 Formar e construir a Comunidade Eclesial de Base; 3
Promover a educação popular; 4 Favorecer o engajamento nas organizações populares
que lutam pela libertação e são ferramentas na construção do Reino de Deus; 5 Ser sinal,
fermento e instrumento do Reino de Deus.
5
Dentro do objetivo 3, de “promover a educação popular”, encontram-se os subitens:
[...] que desperte a consciência crítica e a visão política; - que ajude a criar
Consciência de Classe; - que defenda os interesses do povo explorado e
trabalhador; - que fortaleça as organizações populares; - que desperte e forme
lideranças do povo para organizar as lutas populares; - que torne o povo
oprimido sujeito de sua história; - que busque a transformação da sociedade.
6
Os GRs tinham o intuito de ser o espaço privilegiado de formação de lideranças na
Diocese de Chapecó. Em seus objetivos, conforme descrito, a “consciência política e de
Figura 2 – Roteiro de Grupo de Reflexão: “Natal: Esperança de Libertação”.
4 Clodovis BOFF. Como trabalhar com o povo. p. 53.
5 DIOCESE DE CHAPECÓ. Roteiro para grupos de reexão. Cópia no arquivo do Secretariado Diocesano de Pastoral.
Av. Getúlio Vargas, 121S, Chapecó-SC, p. 9.
6 DIOCESE DE CHAPECÓ. Roteiro para grupos de reexão. p. 9.
Revista Teopráxis,
Passo Fundo, v.39, n.133, p. 50-60, Jul./Dez./2022. ISSN On-line: 2763-5201.
SILVA, Tiago Arcego da
Dom JoGomes e a metodologia popular dos Grupos de Reflexão na Diocese de Chapecó-SC
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classe” vem a partir da elaboração da TdL e de sua aproximação de análise sociológica com
o materialismo histórico. Muitos roteiros foram elaborados nas décadas de 1970 e 1980, a
partir desses pressupostos.
Em pesquisa no arquivo diocesano
7
foi possível mapear 28 cadernos de roteiros para
GRs, elaborados entre 1978 e 1989, com diversas propostas de encontro e teticas. Porém, é
provável que o número de produção seja muito maior, visto que o estão nos arquivos alguns
cadernos sicos, como o de Natal e Campanhas da Fraternidade de alguns anos. Outros
cadernos de roteiros vinham de outras Dioceses do Brasil e provavelmente serviam de modelo
ou subdio de estudo para os agentes responsáveis pela elaboração. o diversos livros com
sugestões de encontros, especialmente para quaresma (campanha da fraternidade), Natal, datas
e temas específicos, como dia do agricultor e a organizão das mulheres. Em cada estudo, a
tentativa de aproximação entre e vida atras da linguagem popular apontava para o
compromisso concreto dos participantes, forjando novas lideranças nas comunidades.
ORGANIZAÇÃO E CONTRADIÇÕES NOS GRUPOS DE REFLEXÃO
Em uma ampla pesquisa feita no ano de 1984, como estratégia de organização a
partir do jubileu de 25 anos da Diocese de Chapecó, encontramos o resultado
sistematizado de que naquele ano havia 10.160 Grupos de Reflexão, apenas nas
comunidades rurais, e mais 724 grupos
8
nas comunidades dos bairros das cidades,
espalhados pelos, até então, 32 municípios de abrangência. Esse mesmo estudo compilou
dados do senso do IBGE de 1980, os quais marcavam que a população total da diocese era
de 632.516 pessoas, das quais 423.181 residiam na área rural e 209.355 residiam na área
urbana. Nesse universo populacional, ter um montante de quase de 11 mil Grupos de
Reflexão pressupõe um bom nível de organização desta prática na Diocese.
9
Figura 3 – “A Realidade do Povo de Deus da Diocese de Chapecó”.
Fonte: DIOCESE DE CHAPE. A realidade do povo da diocese de Chapecó 1959/1984: Pesquisa Socio-Político-Ecomico-
Religiosa. Chapecó, 1984.Cópia no arquivo do Secretariado Diocesano de Pastoral. Av. Getúlio Vargas, 121S, Chape-SC.
7 Desenvolvida para elaboração da Dissertação de Mestrado, entre os anos de 2016 e 2018.
8 A pesquisa nos bairros aponta também o número de famílias que participavam dos grupos, chegando ao total de
3.887 famílias. DIOCESE DE CHAPECÓ. A realidade do povo da diocese de Chapecó 1959/1984: Pesquisa Socio-Político-
Econômico-Religiosa. Chapecó, 1984, p. 19. Cópia no arquivo do Secretariado Diocesano de Pastoral. Av. Getúlio
Vargas, 121S, Chapecó-SC.
9 Sem dúvidas valeria a pena um estudo específico sobre os materiais elaborados em 1984 em decorrência do jubileu de
prata da Diocese de Chapecó. DIOCESE DE CHAPECÓ. A realidade do povo da diocese de Chapecó 1959/1984: Pesquisa
Socio-Político-Econômico-Religiosa. Chapecó, 1984. Cópia no arquivo do Secretariado Diocesano de Pastoral. Av.
Getúlio Vargas, 121S, Chapecó-SC.
Revista Teopráxis,
Passo Fundo, v.39, n.133, p. 50-60, Jul./Dez./2022. ISSN On-line: 2763-5201.
SILVA, Tiago Arcego da
Dom JoGomes e a metodologia popular dos Grupos de Reflexão na Diocese de Chapecó-SC
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Diante dos números colhidos na época, é possível perceber que a formação de
lideranças se dava de maneira bem articulada dentro dos GRs. Os estudos e as provocações
para ação prática na realidade onde viviam impulsionavam a procura por novas fontes e
referências. Se analisados a partir da ótica da educação popular, em um primeiro olhar, os
GRs foram uma experiência exitosa. Para Paulo Freire:
Não existe conscientização se a prática não nos leva à ação consciente dos
oprimidos como classe social explorada na luta pela sua libertação. Por outro
lado, ninguém conscientiza ninguém. O educador e o povo conscientizam-se
através do movimento dialético entre a reflexão crítica da ação anterior e a ação
que se segue no processo dessa luta.
10
No entanto, era justamente na interação entre educador e povo que ocorriam as
maiores tensões no processo dos GRs e, a partir de então, se revelavam outras fragilidades.
Nas reuniões de avaliação e, especialmente, nos relatórios de assembleias diocesanas
verificamos inúmeras dificuldades encontradas na efetividade dos grupos.
Tais contextos de dificuldade podem ser observados 3 (três) anos antes do
lançamento do estudo supracitado, de maneira mais enfática. A Circular Outubro 81
11
, por
exemplo, apresenta o resultado de quatro reuniões comarcais que tinham o objetivo de
fazer uma leitura da organização e ação da Diocese naquele ano. Dentro do material estão
textos referentes à conjuntura estadual, nacional e latino-americana, além da
sistematização das avaliações feitas nas comarcas. As dificuldades dos GRs são divididas
entre rurais e urbanas, embora o texto referencie que ambas as realidades apresentem
desafios parecidos. Na lista das 28 dificuldades, aparecem em destaque, quanto à
metodologia, as seguintes afirmações:
- Grupos se prendem ao texto, não entendendo a dinâmica e o método dos
grupos de reflexão; - Falta de ligação/ reflexão-oração-ação; - Falta de
conhecimento e convicção quanto à validade, utilidade e finalidade dos grupos
de reflexão por parte do povo e dos agentes; Os mais pobres não são atendidos;
- O material demais intelectual do que popular.
12
As lideranças das paróquias, em grande medida, sugeriam o avanço ainda maior na
eficiência e proposição dos GRs. inúmeras cobranças sobre a necessidade de tornar os
materiais mais populares e fazer com que esse mecanismo despertasse mais para a ação
concreta. Algumas argumentações, no entanto, elucidam as divergências e fragilidades
internas que a nova proposta eclesial gerava entre as famílias. Embora tivesse uma ampla
adesão, a metodologia dos Grupos de Reflexão não tinha total aceitação e as avaliações
também apresentavam repúdios ao cunho político, além de sugerirem o indicativo para
assuntos ligados à moral, sacramentos e catequese, especialmente.
13
Segundo Clodovis Bo, havia duas esferas distintas de trabalho com o povo: a esfera
eclesial e a esfera social, que embora tenham suas práticas próprias deveriam estar
relacionadas entre si. “Por isso, a questão, nesse nível não é desdobrar, mas antes combinar as
10 Paulo FREIRE. Os cristãos e libertação dos oprimidos. p. 17.
11 Circular eram textos em formato de estudos, comunicados, reflexões etc., escritos pelo Bispo Diocesano ou por
equipes da estrutura da Igreja local, destinados a paróquias ou comunidades, no intuito de formação e informação das
lideranças.
12 DIOCESE DE CHAPECÓ. Circular Outubro 81. Resumo dos encontros comarcais e outros Documentos. Chapecó, 1981.
As 28 dificuldades listadas na circular quanto aos grupos no meio rural são basicamente relacionadas a dicotomia
entre vida; o pouco engajamento político; os conflitos entre patrões e empregados, ricos e pobres; o modelo de
Igreja; a alta demanda de reuniões e; a linguagem difícil dos materiais.
13 DIOCESE DE CHAPECÓ. Circular Outubro 81. Resumo dos encontros comarcais e outros Documentos. Chapecó, 1981.
Cópia no arquivo do Secretariado Diocesano de Pastoral. Av. Getúlio Vargas, 121S, Chapecó-SC.
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Dom JoGomes e a metodologia popular dos Grupos de Reflexão na Diocese de Chapecó-SC
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duas esferas, ou seja: a comunidade eclesial e outras associações do povo”.
14
Como proposta,
para resolver tais dificuldades e contemplar todas as argumentações foi sugerida a realização
de uma Assembleia Diocesana
15
específica dos Grupos de Reflexão para o ano de 1982.
DOM JOSÉ GOMES: O BISPO DA DIOCESE DE CHAPECÓ
Como mencionamos, não se sabe ao certo o que motivou a opção da Igreja pela
transferência do bispo Dom José Gomes para Diocese de Chapecó, em 1968.
16
Vastos
estudos foram elaborados sobre a importância do bispo para a Igreja local e nacional. É
imprescindível lembrar, no entanto, que Dom José não chega em Chapecó com a
postura mais ligada a TdL. É no contexto encontrado que ele vai se forjando como um
bispo da libertação, ligado às causas sociais e à defesa dos pobres, como pressupõe a
premissa básica fortalecida por esse segmento dentro da Igreja Católica.
Adayr Tedesco e Romualdo Zimmer (2002) definem a presença do bispo em três
grandes períodos, sendo eles chamados de patamares: 1 entre os anos de 1968 e 1975; 2
entre os anos de 1975 e 1984; 3 de 1985 até 1998, quando se torna bispo emérito da
Diocese, com a nomeação do novo bispo, Dom Manuel João Francisco.
Segundo os autores, no primeiro patamar encontramos uma característica marcada
por uma organização de Igreja mais moderna que libertadora. É o momento em que Dom
José se insere em um movimento de renovação interna na Igreja, focado em novas
diretrizes para a catequese, formação de lideranças comunitárias e introdução de
Ministérios Leigos, baseado nas deliberações do Concílio Vaticano II.
17
No segundo patamar ocorrem os debates mais apurados da Igreja diocesana para
Teologia da Libertação e para as lutas sociais mais fortes. Neste período Dom José é
perseguido, difamado e ameaçado por defender os direitos dos sem-terra, dos indígenas,
das mulheres, dos trabalhadores. É um cenário onde “entram em cheio os movimentos e as
lutas sociais”.
18
A Diocese de Chapecó ganha importância em nível nacional com a
organização de dois importantes órgãos, o Conselho Indigenista Missionário CIMI, e a
Comissão Pastoral da Terra CPT, os quais Dom José assumiria a presidência nacional
mais tarde e que fomentaram um amplo debate em torno das questões de demarcação de
terras indígenas e da luta pela terra dos trabalhadores rurais sem-terra.
19
Nesta conjuntura, Dom José toma posse dos debates da Conferência de Medellín e
da Teologia da Libertação. A Opção pelos pobres passa ser a marca forte do bispo
diocesano que, por sua vez, se difunde para as lideranças e para o jeito de fazer pastoral e
se organizar de toda a diocese. Para gerar cada vez mais sintonia na opção e orientação,
Dom José passa a escrever, a partir de 1975, homílias para serem reproduzidas em todas as
comunidades da Diocese. Na publicação das homílias de Dom José - escritas entre os anos
de 1975 e 1992 - encontramos a seguinte descrição da característica do discurso de Dom José,
que revelam a importância de seu pronunciamento para a politização das comunidades:
14 Clodovis BOFF. Como trabalhar com o povo. p. 109.
15 Principal mecanismo de consulta e tomada de decisão elaborado pela Diocese de Chapecó para saber as opiniões das
paroquias sobre a ações que deveriam ser tomadas.
16 Em Pedro UCZAI (Org.). Dom José Gomes: Mestre e Aprendiz do Povo. Chapecó: Argos, 2002, é possível perceber o
porquê desse contexto ser tão emblemático.
17 Adayr Mário TEDESCO; Romualdo ZIMMER. O pastor de uma Igreja que transformou o Oeste. In: UCZAI, Pedro
(Org.). Dom José Gomes: Mestre e Aprendiz do Povo. p. 77.
18 Adayr Mário TEDESCO; Romualdo ZIMMER. O pastor de uma Igreja que transformou o Oeste. In: UCZAI, Pedro
(Org.). Dom José Gomes: Mestre e Aprendiz do Povo. p. 78.
19 Dom José foi presidente Nacional do CIMI entre os anos de 1979 à 1981 e da CPT entre os anos de 1981 à 1984.
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Dom JoGomes e a metodologia popular dos Grupos de Reflexão na Diocese de Chapecó-SC
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Dom José tinha do dom da palavra. Até hoje suas pregações estão à flor da pele
de muitos militantes. Elas sempre incidiam diretamente no contexto em que
vivia o povo oprimido nas comunidades de agricultores, de caboclos, de povos
indígenas, de operários explorados nas cidades.
20
Logo, os sermões, o uma forma de diálogo direta entre o bispo e as comunidades e
uma maneira de posicionamento e direcionamento dos debates propostos pela Igreja a
partir da realidade local e nacional, ligando o discurso da Teologia da Libertação. Para o
cenário do Oeste Catarinense, Dom José descreve os pobres a partir de uma realidade bem
concreta. Para uma região onde os índios, cabocos e pequenos agricultores sem-terra e
sem direitos, diante do avanço do modelo agroindustrial que endividava e gerava
dependência do “modelo de integração” das famílias agricultoras e de exploração dos
trabalhadores. Em uma de suas homilias o bispo apresenta os pobres como:
Os que não têm comida; Os que não tem roupa; Os que não tem água para
beber; Os que não tem remédios e condição de ser recebidos em hospitais; Os
que são presos. Sempre vai para cadeia o pobre. O rico, bem cotado, nunca vai
para cadeia. O dinheiro paga a “justiça”; Os que não tem terra; Os que não têm
casa e nem podem pagar o aluguel; Os que não têm trabalho, os desempregados;
Os desprezados e humilhados. Aqueles que nós gostamos de pisar em cima; Os
desprezados porque são de outra raça (caboclos, negros, índios); Os explorados
nos salários e no preço do seu trabalho, como os pequenos agricultores; Os
pequenos, que a Bíblia diz que do outro lado tem os grandes que os desprezam;
Os que são roubados no pouco que têm. Toda esta gente, que normalmente a
sociedade despreza, Jesus chama de bem aventurados, felizes ou abençoados de
Deus, porque sua situação não é do plano de Deus. E Jesus diz que o Reino de
Deus é deles. E não daqueles que exploram ou sustentam estas situações para
proveito próprio, ou simplesmente os chama de vagabundos e miseráveis,
relaxados. O Evangelho é brabo, gente!
21
Tais posturas e debates, por sua vez provocam reações. Nesse cenário, Dom José,
impulsionador e incentivador da ação leiga em diferentes campos da luta por direitos, vai
sofrer um grande número de críticas e ameaças. Nessas relações conflituosas, intra e extra
eclesiais, a Diocese de Chapecó se consolida como uma Diocese de organização e lutas
populares. Muitas lideranças formadas nesse meio, ocupam posições de destaque em
cenários políticos, acadêmicos, movimentos sociais, sindicatos, inseridos na luta pela
valorização e por direitos para suas comunidades. Para isso era preciso um amplo e
eficiente método de formação.
DOM JOSÉ GOMES E OS GRUPOS DE REFLEXÃO
Dom José Gomes tinha papel decisivo também na animação dos Grupos de
Reflexão, pois via o potencial fundamental de formação e organização de lideranças, tanto
para o âmbito eclesial, como para o social e político, que tais reuniões proporcionavam. O
bispo fazia questão de participar de espaços de debate, formação e elaboração sobre as
temáticas.
Em seus sermões rotineiramente se encontra o apelo para que as lideranças
dedicassem tempo para estudar através dos GRs. Também, nas apresentações dos cadernos
de roteiros, o bispo deixava nítido quais deveriam ser os horizontes do estudo.
No roteiro da Campanha da Fraternidade 1978, por exemplo, cujo o tema é
“Trabalho e justiça para todos” o bispo escreve o seguinte:
20 Clair LOVERA (et al.). Sermões do bispo Dom José Gomes. p. 26.
21 Clair LOVERA (et al.). Sermões do bispo Dom José Gomes. p. 464.
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Alguém poderia perguntar, o que tem isto tudo a ver com Religião, com a
Quaresma. Pois, eu digo a vocês: Religião é vida. Sem trabalho e sem justiça não
se vive. E onde não existe trabalho e justiça, a religião está mal. É religião de
papo e não religião de Cristo. Onde não há trabalho e justiça, só existe miséria e
necessidade. E Deus não quer isto para os homens.
22
O pensamento de Dom José é repassado para as comunidades e lideranças de
maneira direta. A mudança no modelo eclesiológico na Diocese de Chapecó vai se
consolidando, no entanto, como mencionado anteriormente, no centro das
comunidades a receptividade das posturas da Igreja Diocesana e do bispo se dava de
maneira distinta entre diferentes grupos. É nos GRs e nas CEBs que se notam os conflitos.
Não sem demora, ao mesmo tempo em que Dom José encontra muito apoio e
acolhida, além de reconhecimento nacional dentro da ala progressista da Igreja,
também um avanço nas ameaças contra sua própria vida, ao longo de sua trajetória. Tais
ameaças vinham de diferentes lugares e diferentes formas, dentro do contexto que se
percebem redes de perseguição a religiosos com tais posturas.
23
Porém, mesmo em meio a conflitos, Dom Jocontinua apostando na metodologia
dos GRs. Com temas tão relevantes para a vida das comunidades e sua formação de
consciência a partir da ótica da libertação, o bispo insistia em seu fortalecimento. No
sermão feito para a celebração do domingo do advento, em 14 de dezembro de 1980,
Dom José escreve:
Meus amigos, eu vou falar bem claro! Vocês têm 28 dias por mês quando podem
rezar quanto quiserem. Ninguém proíbe. É o dever de vocês. E vocês tem dois
dias por mês para se reunir e estudar algum assunto importante da vida, da
religião, da sociedade, dos problemas de vocês. São os dois dias da reunião dos
grupos. No meio do estudo todo, vocês têm também um pouco de oração para
fazer. Então, minha gente. Rezem à vontade, até a noite toda, nos 28 dias do
mês, em que vocês não têm reunião do grupo. Mas nas duas noites em se
reúnem para estudar, então vamos estudar de fato! Sem esquecer a oração. Eu
volto a dizer: vocês têm 28 dias por mês para rezar e dois dias para estudar. [...]
Deus não muda o mundo, não faz reforma agrária, não melhora o preço do
milho, do feijão, do porco; não melhora a política, o sindicato a cooperativa, se
vocês não estudarem estes problemas e não se unirem e lutarem para que sejam
tratados como gente.
24
No discurso, Dom Jorevela muita ênfase na defesa de que as participações nos
GRs deveriam ser prioridade nas comunidades. Além disso, deixa subentendido que são os
grupos o mecanismo de estudo e organização chaves diante dos problemas concretos das
famílias. Neste sentido, apenas a partir da organização, estudo e ação é que poderia se
transformar a realidade.
Os Grupos de Reflexão ainda são uma estratégia de evangelização da Igreja na
Diocese de Chapecó. Durante toda a permanência de Dom José em seu bispado, podem ser
identificado momentos de ênfase na importância desta metodologia de organização. No
entanto, as décadas de 1970 e 1980 o o auge da estruturação e repercussão na formação
de lideranças, que extrapolam os murros da Igreja.
Mesmo após 1985, quando o Brasil vivenciava o avanço da abertura política, ao
mesmo tempo em que houve a grande investida do papa João Paulo II de conter a TdL em
nível mundial e a “emancipação” dos movimentos sociais da tutela eclesial, onde a Igreja
22 DIOCESE DE CHAPECÓ. Circular Outubro 81. Resumo dos encontros comarcais e outros documentos. Chapecó, 1981.
Cópia no arquivo do Secretariado Diocesano de Pastoral. p. 1.
23 Em SILVA, 2018, pode-se verificar como os grupos atuavam e como as ameaças chegavam a Dom José Gomes.
24 Clair LOVERA (et al.). Sermões do bispo Dom José Gomes. p. 241.
Revista Teopráxis,
Passo Fundo, v.39, n.133, p. 50-60, Jul./Dez./2022. ISSN On-line: 2763-5201.
SILVA, Tiago Arcego da
Dom JoGomes e a metodologia popular dos Grupos de Reflexão na Diocese de Chapecó-SC
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volta-se mais sobre si mesma, ainda, assim, encontramos investidas das classes dominantes
contra Dom José, tamanho foi seu legado e atuação.
Com uma organização de grande escala no Universo da Diocese de Chapecó, os GRs
foram um mecanismo privilegiado de formação de lideranças e o bispo diocesano um
agente de importância indispensável para o seu bom funcionamento. Neste sentido, é
possível perceber que os Grupos moldaram e formaram muitas lideranças, inclusive a
formação do pensamento e da atuação de Dom José Gomes, que ao mesmo tempo que
liderava, se deixava liderar por essa metodologia.
CONCLUSÃO
Diante do nosso objetivo de analisar a relação do Bispo Dom José Gomes e dos
Grupos de Reflexão, podemos ressaltar que as décadas de 1970 e 1980 apresentam uma
nova perspectiva de organização popular no Oeste de Santa Catarina. Com a vinda do
bispo para a Diocese de Chapecó, no mesmo período em que se reforça o protagonismo
das lideranças leigas e a “opção pelos pobres” da Teologia da Libertação, como diretriz da
Igreja Latino-americana, o modelo de Igreja baseado nas Comunidades Eclesiais de Base e
na organização dos Grupos de Reflexão, fizeram com que a proposta de educação e
formação das lideranças ganhasse um salto qualitativo e direcionado para este cenário.
Os roteiros para os Grupos de Reflexão, que são elaborados para instigar e forjar a
organização e compromisso das comunidades com sua própria realidade, confrontando-a
com a experiência dos povos descritos na bíblia, seguem o modelo de educação popular e
apresentam o diferencial de proposta de estudo e participação coletiva no entendimento da
realidade social. Eles serão os impulsionadores e motivadores de encontros comunitários
de pequenos núcleos familiares, a fim de debaterem seus problemas, desafios locais e
globais e inseri-los em sua pauta de reivindicações por direitos.
Neste cenário, Dom José mostra-se sempre vigilante e exigente para que se efetive a
proposta dos grupos entendendo-os como espaço fundamental de estudo comunitário.
Mesmo em meio às críticas que as lideranças recebiam por estarem misturando religião
com política e outros aspectos, as respostas eram sempre de que fé e vida que andam juntas
e nunca podem se separar. Assim, os roteiros dos Grupos de Reflexão têm importância
significativa no processo formativo não apenas de lideranças eclesiais, mas também para os
movimentos populares e partidos políticos ligados a essa linha de pensamento, assim como
de direção da atuação do bispo.
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