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EDITORIAL
Rogério L. Zanini
Organizador
A Revista Teopráxis tem alegria de colocar à disposição dos
leitores seu Volume 39, número 133 de 2022. A temática versa sobre
metodologias teológico-pastorais e testemunhos metodológicos na
evangelização. Mais e mais se fortalece a consciência de que a
metodologia não é instrumento, ou técnica, mas se constitui em uma
espiritualidade. Assim descrevem os bispos nas Diretrizes Gerais da
Ação evangelizadora no Brasil 2019-2023: “em todas as propostas,
como pano de fundo, deve estar presente a ideia do processo como
método e como mística” (n. 204).
É no bojo desta consciência da importância da metodologia nos
processos de evangelização que se originam os artigos reunidos deste
dossiê. Por isso, o leitor terá alegria de apreciar uma entrevista com o
teólogo e pastoralista brasileiro Agenor Brighenti. A entrevista versa
sobre algumas questões pertinentes, em relação à metodologia e sua
relação com a espiritualidade que é a novidade proveniente do Papa
Francisco com o processo da sinodalidade, bem como os desafios para
a missão da Igreja no contexto marcado pelas involuções eclesiais, e
como a conjuntura atual está perpassada pelo negacionismo da
ciência sobre a fome de mais de trinta milhões de brasileiros que
delata o cinismo dos satisfeitos.
No dossiê dos textos, o leitor encontrará vários textos na
perspectiva metodológica. O Bispo da Igreja Episcopal Anglicana do
Brasil Humberto Maiztegui Gonçalves e o padre Rogério L. Zanini
assumem a tarefa de retomar o método ver, julgar e agir,
considerando sua abordagem no âmbito da campanha da fraternidade
sobre a educação. Segue, um artigo da Maria Aparecida Barboza
destacando a metodologia catequética no processo e sua importância
na Iniciação à Vida Cristã (IVC). A IVC é basilar para a renovação da
missão da Igreja, no que se refere à transmissão da fé às novas
gerações, tendo como base uma metodologia no horizonte da
Pedagogia da Presença que propõe itinerários e processos como
caminhos de aproximação, encontro com a Pessoa, com a Palavra de
Deus e com a Comunidade. Na mesma trilha, se encontra outro artigo
de autoria da biblista Mercedes de Budallés Diez, destacando a
importância da metodologia popular feminista da Bíblia. Uma
metodologia que considere a realidade de todos os interlocutores, não
somente os masculinos. Entrar no mundo bíblico com a leitura das
suspeitas e das intencionalidades presentes nas narrativas bíblicas é
fundamental. Por isso, a leitura feminista assume uma perspectiva
política, porque procura novas respostas visando justiça nas relações
de gênero, de raça, de classe, de geração e de religião.
Nos quatro artigos seguintes encontraremos reflexões
metodológicas alicerçadas no legado de três pessoas (in memoriam),
v. 39, n. 133, Passo Fundo,
p. 4-5, Jul./Dez./2022,
ISSN on-line: 2763-5201
DOI:dx.doi.org/10.52451/teopraxis.v39i133.141
* Doutor e Mestre em Teologia pela
Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul, PUCRS. Especialista em
Metodologia Pastoral pela Universidade
Regional Integrada do Alto Uruguai e das
Missões - URI. Graduado em Teologia pelo
Instituto de Teologia e Pastoral (Itepa) e em
História pela Universidade do Oeste de Santa
Catarina - UNOESC. Professor da Faculdade de
Teologia e Ciências Humanas de Passo Fundo.
E-mail: zaninipastoral@hotmail.com
https://orcid.org/0000-0001-8771-3799