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ternational License.
E
SPIRITUALIDADE CRISTÃ E
COMPROMISSO SOCIAL
Um desao de amor
C
HRISTIAN SPIRITUALITY AND
SOCIAL COMMITMENT
A love challenge
Dom Sílvio Guterres Dutra*
Elisandro Guindani**
Renan Paloschi Zanandréa***
Resumo: A espiritualidade cristã carrega a marca do cuidado com a vida.
Desde os primórdios, partindo da vida de Jesus até os nossos tempos, a
compreensão evangélica é de cuidado total com a vida. Contudo, foi com
Leão XIII, no século XIX, que o Magistério da Igreja publicou o primeiro
documento de cunho social. De até nossos dias, os papas mantiveram
certa regularidade na publicação desse tipo de documento, enriquecendo o
corpus da Doutrina Social. A Igreja na América Latina também contribuiu
para a reflexão com outros quatro documentos. Aqui, nos propomos a dar
um panorama geral da Doutrina Social da Igreja, refletindo sobre a
dignidade da pessoa humana, as diversas formas de ataque à vida e, por fim,
chegando à reflexão sobre a caridade, princípio motor de toda a Doutrina
Social e propulsora de um real compromisso social a partir da
espiritualidade cristã.
Palavras-chave: Espiritualidade. Compromisso Social. Doutrina Social.
Caridade.
Abstract: Christian spirituality carries the mark of care with life. From
the earliest times, starting with the life of Jesus until our own times, the
evangelical understanding is about the total care with life. However, it
was with Leo XIII, in the 19th century, that the Church's Magisterium
published the first social document. Since then until our days, the popes
have maintained a certain regularity in the publication of this type of
document, enriching the corpus of Social Doctrine. The Church in Latin
America has also contributed to the reflection with four other
documents. Here we propose to give an general overview of the Church's
Social Doctrine, reflecting about the dignity of the human person, the
several manners of attacks on life and, in the end, reaching the reflection
about charity, the motor principle of the whole Social Doctrine and
propeller of a real social commitment based on Christian spirituality.
Key-words: Spirituality. Social Commitment. Social Doctrine. Charity.
v. 38, n. 131, Passo Fundo,
p. 7-16, Jul./Dez./2021,
ISSN on-line: 2763-5201
DOI:dx.doi.org/10.52451/teopraxis.v38i131.55
* Bispo Diocesano de Vacaria/RS. Mestre em
Teologia Pastoral pela Pontifícia
Universidade Lateranense, Roma (2001).
E-mail: sguterresdutra@yahoo.com
https://orcid.org/0000-0002-9909-2704
** Pároco da paróquia Nª. Sra. da Conceição
(Caseiros/RS) e reitor do Seminário Maior
Nª. Sra. da Oliveira, Diocese de Vacaria/RS.
Professor da disciplina de Metodologia e
Prática Pastoral na Itepa Faculdades.
E-mail: eguindani@yahoo.com.br
https://orcid.org/0000-0002-9827-3116
*** Licenciado em Matemática e bacharel em
Filosofia (Universidade de Passo Fundo
UPF); bacharelando em Teologia
(Itepa Faculdades). Seminarista do segundo
ano da etapa da Configuração, Diocese de
Vacaria/RS.
E-mail: renanpaloschizanandrea@gmail.com
https://orcid.org/0000-0002-1303-7203
Recebido em 12/05/21
Aprovado em 22/08/21
8
INTRODUÇÃO
O Senhor Jesus, diante do doutor da Lei que quis pô-lo à prova, aponta qual é o
primeiro e maior mandamento: amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com
toda a tua alma e com todo o teu entendimento!
1
(Mt 22,37).
Jesus toma uma expressão veterotestamentária, do conhecido Shemá Israel (Dt 6,4-9),
antiga e central profissão de judaica, e indica o maior mandamento. Desse primeiro e
maior mandamento temos um segundo, que está totalmente ligado a ele: amarás o teu
próximo como a ti mesmo (Mt 22,39). Aqui se condensa toda a doutrina de Jesus: como eu
vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros (Jo 13,34b).
Respondendo a essa exigência do Senhor, os cristãos, desde as primeiras
comunidades, carregam a marca do cuidado mútuo. A Igreja, que [...] é em Cristo como
que sacramento isto é, sinal e instrumento, da união íntima com Deus e da unidade de todo
o gênero humano (LG 1), atenta aos sinais dos tempos e unida plenamente a Jesus,
desenvolveu a sua Doutrina Social. Ela tem por objetivo orientar os cristãos no cuidado com
o pximo, auxiliando na busca pela vivência do mandamento do amor deixado pelo Senhor.
Para compreender melhor a relação entre o compromisso social e a espiritualidade
cristã, este trabalho divide-se em três blocos. O primeiro faz um estudo geral e breve sobre a
Doutrina Social da Igreja (DSI). O segundo bloco trata do princípio básico da Doutrina
Social, que é a dignidade da pessoa humana e ainda aponta algumas formas de ataque à vida.
Por fim, o terceiro busca apresentar como que a solução para o problema: a caridade cristã,
que brota da espiritualidade e impulsiona para um sincero compromisso social.
1 DE LEÃO XIII A FRANCISCO: O CORPUS DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
Desde as primeiras comunidades a Igreja acumulou um patrimônio de reflexões
doutrinais, que carregam a marca do amor a Deus e do cuidado com o próximo. Partindo da
Sagrada Escritura e abraçando os elementos da Tradição, os ensinamentos magisteriais
foram se desenvolvendo, tendo sempre como princípio e guia as palavras e atitudes de Jesus.
Contudo, foi somente em 1891, com a Rerum Novarum (RN), do Papa Leão XIII, que o
Magistério da Igreja publicou sua primeira Encíclica Social.
A RN foi escrita, de modo especial, para tratar da questão operária. As situões política,
social e cultural do século XIX fizeram com que o Papa Leão XIII respondesse à situação dos
operios, que estavam sendo afetados pelos grandes males do conflito capital x trabalho,
fruto principalmente da revolão industrial. A busca excessiva pelo lucro gerou uma série de
problemas para os trabalhadores, surgindo várias tentativas de responder esse problema. Leão
XIII tratou essa questão de forma ampla, fazendo com que ela seja [...] explorada em todas as
suas articulões sociais e poticas, para ser adequadamente avaliada à luz dos princípios
doutrinais baseados na Revelação, na lei e na moral natural
2
(CDSI 89). Na enclica, o Papa
apontou as causas do conflito, exclui o socialismo como solução, fez apontamentos sobre a
propriedade privada, a família, a ação do Estado, a posse e uso das riquezas, a dignidade do
trabalho, as obrigões de operios e pates, o dever de proteger o trabalho dos operários, as
mulheres e as crianças e, por fim, indicou a solução definitiva: a caridade. A RN tem como
tema central a [...] instaurão de uma ordem social justa, em vista do qual é mister individuar
critérios de juízo que ajudem a avaliar os ordenamentos sociopolíticos existentes e formular
linhas de ação para uma sua oportuna transformação (CDSI 89).
1 Todos os textos bíblicos são citados a partir da seguinte referência: Bíblia Sagrada: tradução oficial da CNBB. Brasília:
Ed. CNBB, 2018.
2 Compêndio da Doutrina Social da Igreja (CDSI).
DUTRA, Sílvio Guterres; GUINDANI, Elisandro; ZANANDA, Renan Paloschi
Espiritualidade Cristã e compromisso social: Um desafio de amor
Revista Teopxis,
Passo Fundo, v.38, n.131, p. 7-16, Jul./Dez./2021. ISSN on-line: 2763-5201.
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Essa encíclica abriu caminho para uma vasta produção no campo social. Depois da
RN, o Magistério manifestou-se diversas vezes sobre questões de cunho social
3
.
Comemorando os aniversários da RN, temos quatro documentos: Pio XI com a
Quadragesimo anno (1931), na comemoração dos quarenta anos; no octogésimo aniversário,
o Papa Paulo VI publicou a Octagesima adveniens (1971); e João Paulo II publicou a Laborem
exercens (1981), sobre o trabalho, nos noventa anos, e a Centesimus annus (1991), nos cem
anos. Ainda nessa linha social temos Pio XI, com as encíclicas Non abbiamo bisogno (1931),
Mit brennender Sorge (1937) e Divini Redemptoris (1937). João XXIII, dentre outros, escreveu
Mater et Magistra (1961) e Pacem in terris (1963). O Concílio Vaticano II contribuiu com uma
série de documentos, dos quais destacamos a Constituição Pastoral Gaudium et spes e a
declaração Dignitatis humanae. Paulo VI com a instituição da Pontifícia Comissão Iustitia et
Pax, além das encíclicas Populorum progressio (1967), Humanae Vitae (1968) e Evangelii
Nuntiandi (1975). Além do citado anteriormente, João Paulo II publicou a Encíclica
Solicitudo rei socialis (1987) e solicitou a elaboração do Compêndio da Doutrina Social da Igreja,
elaborado pelo Pontifício Conselho Iustitia et Pax. Bento XVI, dentre outros documentos,
publicou Deus Caritas Est (2005) e Caritas in Veritate (2009). Por fim, o Papa Francisco
também tem contribuído para a reflexão social com documentos magisteriais, dos quais
destacamos a encíclica Laudato Si' (2015), que trata do cuidado com a Casa Comum, e,
recentemente, a encíclica Fratelli Tutti (2020), sobre fraternidade e amizade social. A Igreja
na América Latina também fez um caminho nesse sentido, com as Conferências-gerais do
episcopado Latino-americano e do Caribe. Fruto delas, temos quatro grandes documentos:
de Medellín (1968), de Puebla (1979), de Santo Domingo (1992) e de Aparecida (2007).
A função de toda elaboração da Igreja, que resulta num corpus doutrinal sólido sobre a
questão social é, pois, evangelizar conforme o pedido do Senhor, levando a todos a Palavra
da vida que provoca para a mudança, para uma nova compreensão das relações. Sendo
assim, com o seu ensinamento social a Igreja quer anunciar e atualizar o Evangelho na
complexa rede de relações sociais (CDSI 62). O objetivo é a salvação integral do ser
humano, primeiro nesta vida terrena, mas pensando na vida futura, num caráter
escatológico. Evangelizar o social significa, nesse sentido, infundir no coração dos homens
a carga de sentido e de libertação do Evangelho, de modo a promover uma sociedade à
medida do homem porque à medida de Cristo: é construir uma cidade do homem mais
humana, porque mais conforme com o Reino de Deus (CDSI 63).
A reflexão da DSI carrega a marca da teologia, especificamente a da teologia moral,
pois refere-se ao agir humano. Ela reflete sobre três níveis do ensinamento da teologia
moral: o nível fundante das motivações; o diretivo das normas do viver social; o deliberativo
das consciências chamadas a mediar as normas objetivas e gerais nas situações sociais
concretas e particulares (CDSI 73, grifo nosso). Além disso, a DSI possui uma dupla função:
a de anunciar uma visão global do homem e da sociedade, formando e orientando; e a de
denunciar todas as formas de ataque à vida.
O corpus doutrinal no quesito social se desenvolveu sobre quatro pilares: a dignidade
da pessoa humana, o bem comum, a subsidiariedade e a solidariedade
4
. Esses quatro pilares são os
princípios fundamentais, que [...] constituem os verdadeiros e próprios gonzos do ensino
social católico (CDSI 160). Eles são permanentes e brotam da vasta experiência de ação
social por parte da Igreja. Os princípios da DSI [...] têm um caráter geral e fundamental,
3 Tendo em vista o objetivo deste trabalho, somos obrigados a escolher alguns documentos, dentre tantos, que foram
publicados pelo Magistério da Igreja.
4 Devido à natureza deste trabalho e a limitação de espaço para publicação, não é objetivo aprofundar os quatro
princípios, embora apareçam desdobrados, de uma forma ou outra, ao longo do texto. Mais sobre isso pode ser
encontrado em CDSI 105-208.
DUTRA, Sílvio Guterres; GUINDANI, Elisandro; ZANANDA, Renan Paloschi
Espiritualidade Cristã e compromisso social: Um desafio de amor
Revista Teopxis,
Passo Fundo, v.38, n.131, p. 7-16, Jul./Dez./2021. ISSN on-line: 2763-5201.
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pois que se referem à realidade social no seu conjunto (CDSI 161). Assim, esses princípios
tratam de todas as relações que envolvem a pessoa humana e suas relações, tanto com o
próximo, quanto com as instituições que fazem parte da sociedade.
A DSI indica que esses prinpios devem guiar, de forma geral, a reflexão social da
Igreja. A partir deles, se fazem as alises de realidade e definem-se os planos de ão. Os
quatro princípios devem ser trabalhados sempre como uma unidade, articulados entre si, para
que possam, assim, atingir o seu objetivo: ser [...] aquela primeira articulação da verdade da
sociedade, pela qual cada consciência é interpelada e convidada a interagir com as demais, na
liberdade, em plena co-responsabilidade [sic.] com todos e em relação a todos (CDSI 163).
Noutra perspectiva, ao tentar compreender melhor os elementos que constituem a
DSI, acompanhando a reflexão do Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS, destacam-se quatro:
a) exigências éticas derivadas da dimensão social do Evangelho; b) imperativos
da realidade sócio-econômica [sic.] e político-cultural do mundo em que
vivemos; c) reflexão moral que confronta a mensagem evangélica com a situação
histórica; e d) ação ou práxis sócio-transformadora [sic.]
5
.
Esses elementos interagem entre si e adaptam-se conforme o contexto vivido. Isso
nos faz compreender que a DSI não é fechada ou acabada. Pelo contrário, ela carrega a
marca justamente de adaptar-se às necessidades econômicas, sociais e políticas,
contribuindo na reflexão, conforme a necessidade de cada contexto histórico.
Por fim, como nos indica o Papa João Paulo II, a DSI é de caráter interdisciplinar.
Para compreender a realidade política, econômica e social, a DSI [...] entra em diálogo com
diversas disciplinas que se ocupam do homem, assumindo em si os contributos que delas
provêm, e ajudando-as, por sua vez, a abrir-se numa dimensão mais ampla ao serviço de
cada pessoa, conhecida e amada na plenitude da sua vocação (CA 59).
2 A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E OS ATAQUES À VIDA
O primeiro e fundamental princípio que norteia a reflexão social da Igreja é a
incomparável e inalienável dignidade da pessoa humana (CDSI 37; 105). Seguindo os princípios
da antropologia cristã que se fundamenta, de modo especial, na Sagrada Escritura, o homem e a
mulher, criados à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1,26-27), são chamados à plenitude de
vida que se estende muito am das dimensões da existência terrena, porque consiste na
participação da própria vida de Deus (EV 2). Essa relão direta com Deus faz com que a vida
humana possua um valor precioso, desde a vida terrena. É preciso, segundo o Papa Francisco,
dar-se conta de quanto vale um ser humano, de quanto vale uma pessoa, sempre e em qualquer
circunstância (FT 106). Por isso, toda pessoa tem direito à vida em abunncia (cf. Jo 10,10).
O ser humano, formado pela unidade corpo e alma, é um ser material, ligado a este
mundo mediante o seu corpo, e um ser espiritual, aberto à transcenncia (CDSI 129). Essa
compreensão nos faz concluir que não se pode desprezar o corpo nem o espírito, mas é preciso
trabalhar a partir dessa unidade, tal e qual foi criada por Deus. Por isso, o ser humano é aberto à
transcendência. Primeiro, aberto ao infinito, aberto a Deus, pois carrega todas as características
necesrias para encontrar a Verdade. Isso ainda aponta para uma segunda caractestica, em que
todo ser humano também é aberto aos outros e ao mundo, mantendo uma relação de comuno
e diálogo (CDSI 130). Na realidade, o próprio mistério da Trindade nos recorda que somos criados
à imagem desta comuno divina, pelo que não podemos realizar-nos nem salvar-nos
sozinhos (EG 178).
5 Alfredo J. GONÇALVES, Doutrina Social da Igreja: História e Desafios. Disponível em: http://www.cefep.org.br/
doutrina-social-da-igreja-historia-e-desafios/. Acesso em: 19 mai. 2021.
DUTRA, Sílvio Guterres; GUINDANI, Elisandro; ZANANDA, Renan Paloschi
Espiritualidade Cristã e compromisso social: Um desafio de amor
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Aqui vai-se compreendendo que o ser humano foi criado para as relações. Fica claro que a
vida comuniria é uma característica natural que distingue o homem do resto das criaturas
terrenas (CDSI 149). Essa caractestica ppria do ser humano, marcada pela necessidade de se
integrar e de colaborar com os demais, vivendo em comunhão, quando iluminada pela fé, carrega
um sentido ainda mais profundo. Compreende-se que, feita à imagem e semelhança de Deus (cf.
Gn 1,26), e constituída no universo visível para viver em sociedade (cf. Gn 2,20.23) e dominar a
terra (cf. Gn 1,26.28-30), a pessoa humana é, por isso, desde o princípio chamada à vida
social (CDSI 149). É parte, portanto, da própria natureza humana ser um ser social. É mediante o
intercâmbio com os outros, a reciprocidade dos serviços e o dlogo com seus irmãos, [que] o
homem desenvolve as próprias virtualidades; responde, assim, à sua vocação (CIgC 1879).
Buscando o desenvolvimento integral da pessoa, todas as instituições, nas diversas
instâncias, devem ter como primado o ser humano. Dessa forma, a pessoa não pode ser
instrumentalizada para projetos de caráter econômico, social e político impostos por
qualquer que seja a autoridade (CDSI 133). Somente quando toda pessoa é reconhecida em
sua dignidade, será possível crescer, individual ou comunitariamente.
A Gaudium et Spes destaca a importância da igual dignidade de todas as pessoas, o que
nos provoca para o cuidado. Ainda que entre os homens haja justas diferenças, a igual
dignidade pessoal postula, no entanto, que se chegue a condões de vida mais humanas e
justas (GS 29). Esta compreensão de que todos possuem direito a vida digna e em abundância
nos leva, dentre outras coisas, a compreender a relação intensa que existe entre todos os seres
humanos: único e irrepevel na sua individualidade, todo homem é um ser aberto à relação
com os outros na sociedade (CDSI 61). É na relação com o próximo que cada pessoa busca
cumprir o mandamento: também s deveis amar-vos uns aos outros (Jo 13,34b). Essas
relações se dão entre os indivíduos, nas famílias, nos grupos, no trabalho, em meio às diversas
estruturas sociais, como nos campos da economia, da política e da cultura.
Contudo, nos diversos períodos da história, mesmo sendo de um valor inestimável, a
vida humana nem sempre foi cuidada e valorizada. Nos tempos hodiernos, diversas são as
facetas de ataques à vida, como aponta o Texto-Base da Campanha da Fraternidade 2020:
eugenia; desigualdade; globalização econômica; aborto; eutanásia; suicídio e suicídio
assistido; crianças que perdem suas famílias; desemprego; ansiedade; stress; acidentes de
trânsito; desatenção aos povos indígenas, às mulheres e aos pequenos agricultores; tráfico
de drogas, de pessoas, de órgãos; individualismo; mau uso das redes sociais e abuso dos
meios de comunicação. O Papa Francisco também faz apontamentos sobre as sombras no
mundo atual que ameaçam a vida, destacando o medo, a falta de atenção às minorias, a
cultura do descarte, a globalização e a não atenção aos direitos humanos
6
. Antes ainda, no
Concílio Vaticano II, a Igreja condenava tudo que pudesse destruir a vida. Esses ataques
corrompem a civilização, desonram os que os praticam e ofendem a Deus. A GS considera
infames as seguintes coisas: tudo quanto se opõe à vida, como seja toda a espécie
de homicídio, genocídio, aborto, eutanásia e suicídio voluntário; tudo o que viola
a integridade da pessoa humana, como as mutilações, os tormentos corporais e
mentais e as tentativas para violentar as próprias consciências; tudo quanto
ofende a dignidade da pessoa humana, como as condições de vida infra-
humanas, as prisões arbitrárias, as deportações, a escravidão, a prostituição, o
comércio de mulheres e jovens; e também as condições degradantes de trabalho,
em que os operários são tratados como meros instrumentos de lucro e não como
pessoas livres e responsáveis (27).
6 Elisandro GUINDANI e Renan P. ZANANDRÉA, Fratelli Tutti: algumas palavras iniciais. Disponível em: https://
www.diocesevacaria.com.br/fratelli-tutti-algumas-palavras-iniciais/. Acesso em: 27 abr. 2021.
DUTRA, Sílvio Guterres; GUINDANI, Elisandro; ZANANDA, Renan Paloschi
Espiritualidade Cristã e compromisso social: Um desafio de amor
Revista Teopxis,
Passo Fundo, v.38, n.131, p. 7-16, Jul./Dez./2021. ISSN on-line: 2763-5201.
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João Paulo II por sua vez, também aponta problemas que afetam e violam a vida,
chegando a algo que pode ser considerado como estrutura de pecado, cuja marca é a
imposição de uma cultura anti-solidária [sic.], que em muitos casos se configura como
verdadeira cultura de morte’” (EV 12). Esta cultura é promovida por correntes políticas,
culturais e econômicas, que carregam a marca de ser basicamente eficientista. Assim,
continua o Papa, a vida que requereria mais acolhimento, amor e cuidado, é reputada inútil
ou considerada como um peso insuportável, e, conseqüentemente [sic.], rejeitada sob
múltiplas formas (EV 12).
É aqui que entra, podemos dizer, a necessidade de uma verdadeira e profunda
espiritualidade. É por meio dela que [...] o homem supera a totalidade das coisas e penetra
na estrutura espiritual mais profunda da realidade (CDSI 128). É da vida de oração que o
cristão é chamado à ação. Ela é o eco constante de seu compromisso apostólico em sua
consciência espiritual
7
. É somente à luz da fé, por meio da oração, e de modo especial pela
meditação da Palavra, que será [...] possível, sempre e em toda parte, reconhecer Deus [...],
procurar a sua vontade em todo o acontecimento, ver Cristo em todos os homens, [...], ter
um conceito exato do verdadeiro significado e do valor das coisas temporais, em si mesmos
e em ordem ao fim do homem (AA 4).
O contato com Jesus, que se pela proximidade com as pessoas e por uma profunda
e autêntica espiritualidade, impulsiona para o anúncio nas situações concretas da vida, para
que todos sejam iluminados pela fé. Esse anúncio não se limita [...] a encontrar soluções,
mas torna humanamente aceitáveis inclusive as situações de sofrimento, de modo que nelas
o homem não se perca nem esqueça a sua dignidade e vocação (CA 59).
3 A CARIDADE COMO PROPULSORA DO COMPROMISSO SOCIAL
Com o Papa Francisco iniciamos a última parte deste trabalho: tanto o anúncio como
a experiência cristã tendem a provocar consequências sociais (EG 180). E mais: O amor
(caritas) ao outro por ser quem é impele-nos a procurar o melhor para sua vida (FT 94).
Quem faz a experncia com Cristo é impelido a cuidar da vida, a provocar mudanças sociais.
o Documento de Aparecida (DAp) falava do encontro com Cristo, que se dá, de
modo especial, na Igreja (246). Se dá também na Sagrada Escritura, lida na Igreja (247-249),
e na Sagrada Liturgia (250), sendo a Eucaristia o lugar privilegiado (251-253). Ainda, o
encontro pessoal com Cristo se pelo sacramento da reconciliação (254) e por meio da
oração pessoal e comunitária (255). Jesus se faz presente em cada comunidade que vive a fé,
a fraternidade, o amor. Também naqueles que lutam pela paz, o bem comum e a justiça, nos
pobres, aflitos e enfermos (256-257).
É preciso que todo o apostolado tenha a caridade como fonte, origem e força.
Seguindo Cristo, que se fez Ele objeto de caridade, é preciso amar e cuidar, levando Cristo
ao próximo. Bernard apresenta quatro formas de caridade, ampliando as noções sobre o que,
de fato, é a caridade: 1) a invisível, que é praticada pela oferta e pela oração; 2) a intelectual,
quando se ilumina o próximo com a palavra, o exemplo, os escritos; 3) a coletiva, onde se
busca tratar das condições de vida de cada ser humano; 4) a interpessoal, da qual jamais
podemos nos esquivar, porque é a manifestação mais concreta e imediata do amor
8
.
O cuidado com os mais necessitados, especialmente pobres e enfermos, mulheres e
crianças, precisa ser a manifestação do encontro pessoal com Jesus Cristo. Essas o obras que
emergem da caridade de Cristo. Ainda neste sentido, o decreto AA segue indicando que,
7 Charles A. BERNARD, Introdução à Teologia Espiritual, p.110.
8 Charles A. BERNARD, Introdução à Teologia Espiritual, p.132.
DUTRA, Sílvio Guterres; GUINDANI, Elisandro; ZANANDA, Renan Paloschi
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atualmente, com os meios de comunicação mais rápidos, de algum modo vencida
a distância entre os homens e feitos membros como de uma família os
habitantes de todo o mundo, estas atividades e obras tornam-se mais urgentes e
universais. Hoje, a ação caritativa pode e deve abranger todos os homens sem
exceção, assim como todas as necessidades. Onde quer que se encontrem
necessitados de comida e de bebida, de vestuário e de habitação, de
medicamentos, de trabalho, de instrução, dos indispensáveis meios para levarem
uma vida verdadeiramente humana, onde quer que haja atormentados por
tribulações e pela doença ou quem sofrer o exílio ou a prisão, aí mesmo a
caridade cristã os deve procurar e encontrar, confortá-los com desvelado carinho
e ajudá-los com os necessários recursos (4).
O Evangelho nos faz compreender que existe uma conexão íntima entre
evangelização e promoção humana (EG 178). Nos lembra o Papa Francisco que evangelizar
é tornar o Reino de Deus presente no mundo (EG 176). Assim, o ser humano responde à
intenção de Deus sempre que age no mundo, trabalha nele e o transforma. O objetivo é
formar um universo no qual todas as coisas encontrem seu cumprimento e seu significado
no homem, que é capaz de participar conscientemente do prolongamento da atividade
criadora de Deus
9
. Isso provoca, também, para o cuidado com a Casa Comum. É preciso,
para que os homens cresçam, amadureçam e santifiquem-se, a constante abertura a Deus,
aos irmãos e a toda criação. Nesse sentido, destaca o Papa Francisco, tudo está interligado, e
isto convida-nos a maturar uma espiritualidade da solidariedade global que brota do
mistério da Trindade (LS 240). O Papa Bento XVI também fala da preocupação da Igreja
com a criação e indica a necessidade de uma ecologia do homem. Para ele, o sistema
ecológico se rege pelo respeito de um projeto que se refere tanto à convivência em
sociedade como ao bom relacionamento com a natureza (CV 51).
O configurar-se a Cristo, vivendo conforme o Evangelho, nos coloca diante de uma
nova hierarquia de valores, que provoca para um olhar mais profundo sobre a vida
espiritual e moral. Segundo Bernard, todos os valores confluem para a caridade, mas a
caridade faz com que o homem saia de si mesmo e leva ao sacrifício
10
. A caridade, portanto,
leva ao sacrifício de doar-se aos outros, como o próprio Cristo o fez na Cruz. É o amor
(caritas) que revela, segundo o Papa Francisco, a estatura espiritual da vida humana (FT 92).
Sem a caridade, as virtudes correm o risco de serem mera aparência, não construindo de
fato uma vida em comum. Alerta o Papa: pessoas que creem que pensam que a sua
grandeza está na imposição de suas ideologias aos outros, ou na defesa violenta da verdade,
ou em grandes demonstrações de força. Contudo, continua, em primeiro lugar está o
amor, o amor nunca deve ser colocado em risco (FT 92).
O amor de Deus por nós e o conhecimento cada vez mais profundo do espírito do
Evangelho, [...] provoca na vida da pessoa e nas suas ações uma primeira e fundamental
reação: desejar, procurar e ter a peito o bem dos outros (EG 178). Trata-se não apenas de
uma relação pessoal com Deus, mas sim de ter um contato próximo com nossos irmãos,
dando a resposta de amor a Deus por meio do compromisso de amor para com o próximo:
um exige tão estreitamente o outro que a afirmação do amor a Deus se torna uma mentira
se o homem se fechar ao próximo ou, inclusive, o odiar (DCE 16).
Falando da espiritualidade dos leigos em ordem ao apostolado, o decreto AA aponta a
caridade como meio pelo qual se pratica o bem para com todos os seres humanos,
especialmente para com os que praticam a mesma fé. É a caridade que torna os leigos [e
todos os cristãos] capazes de exprimirem na sua vida, realmente, o espírito das bem-
aventuranças (AA 4). É preciso levar a todos o primeiro anúncio, o querigma, que carrega
9 Charles A. BERNARD, Introdução à Teologia Espiritual, p.105.
10 Charles A. BERNARD, Introdução à Teologia Espiritual, p.87.
DUTRA, Sílvio Guterres; GUINDANI, Elisandro; ZANANDA, Renan Paloschi
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uma marca, segundo o Papa Francisco, inevitavelmente social: no próprio coração do
Evangelho, aparece a vida comunitária e o compromisso com os outros. O conteúdo do
primeiro anúncio tem uma repercussão moral imediata, cujo centro é a caridade (EG 177).
Um questionamento é o de se é possível viver isso realmente ou é apenas uma utopia?
Para tentar responder a essa questão, podemos olhar para a história e identificar inúmeros
cristãos que viveram conforme o Evangelho, viveram a santidade, testemunhando Cristo e
tornando o Reino de Deus presente no mundo. Figuras como São Francisco de Assis,
Santa Tereza de Calcutá, Santa Dulce dos Pobres e Santo Oscar Romero são exemplos de
pessoas que viveram a caridade cristã. Dentre tantos, fazemos menção aqui ao cearense
Dom Hélder Camara
11
, que estava sempre cercado pelos pobres, pelos excluídos. Nada fazia
sem consultar o seu maior Amigo. Emprestava seus olhos, ouvidos, boca, coração a Jesus
12
.
O Arcebispo de Olinda e Recife tinha consciência de que sua ação e sua palavra eram
expressão da sua união mística com Cristo. Vivia a sua vida na presença do amor e da
misericórdia do Pai e aberto às inspirações do Espírito Santo
13
.
O modelo de Dom Hélder e dos demais santos nos faz lembrar que rezar e servir,
amar e contemplar, são realidades indispensáveis para o discípulo de Jesus Cristo (DGAE
102). Além disso, sem oração não existe vida cristã autêntica. Sem caridade, a oração não
pode ser considerada cristã (DGAE 102). Somente vivendo uma profunda vida espiritual é
possível perceber Deus nas coisas simples e nos que mais precisam. É a caridade que nos
impele a sair de nosso comodismo e ir ao encontro, promovendo uma cultura de paz, amor,
fraternidade e solidariedade.
A Lumen Gentium é clara em dizer: o dom principal e mais necessário é a
caridade (42). Ela é o meio pelo qual podemos chegar a Deus ao servir o próximo.
Contudo,
para a caridade crescer e frutificar na alma como boa semente, todo fiel deve
ouvir de bom grado a palavra de Deus e cumprir nas obras a sua vontade, deve,
frequentemente [sic.], com o auxílio da sua graça, aproximar-se dos sacramentos
sobretudo da eucaristia, e tomar parte nos atos de culto; deve aplicar-se
constantemente à oração, à abnegação de si mesmo e ao serviço dedicado dos
seus irmãos, e ao exercício constante de todas as virtudes (LG 42).
Todos os fiéis são chamados à vivência da caridade. Ela é o sinal do verdadeiro
discípulo de Cristo (LG 42). É preciso optar preferencialmente pelo pobre e necessitado.
Apenas com o olhar da caridade, levando à percepção da dignidade do outro, é que os
pobres são reconhecidos e apreciados em sua dignidade imensa, respeitados no seu estilo
próprio e cultura e, por conseguinte, verdadeiramente integrados na sociedade (FT 187).
Nosso serviço e configuração a Jesus se por meio [...] da ajuda prestada ao faminto, ao
sedento, ao estrangeiro, ao nu, ao doente, ao encarcerado como também à criança ainda
não nascida, ao idoso que está doente ou perto da morte (EV 87). Esse é o caminho da
salvação, o caminho para uma vida digna e em abundância para todos.
11 Dom Hélder Pessoa Camara nasceu no Ceará em 1909. Foi destaque entre seus colegas de estudo, chegando a ser
Secretário de Educação do Estado do Ceará, o que o fez ser expulso do Estado, ingressando na Arquidiocese do Rio de
Janeiro. Foi ordenado bispo auxiliar desta Arquidiocese em 1952. Em 1964 foi nomeado Arcebispo de Olinda e Recife
por Paulo VI, seu amigo espiritual. Dom Hélder participou do Concílio Vaticano II e atuou nas Conferências de
Medellín e Puebla. É conhecido como Dom da Paz por sua atuação especial como defensor dos direitos humanos, dos
pobres e marginalizados. Mais dados podem ser obtidos em: Ivanir A. RAMPON, O caminho espiritual de Dom Helder
Camara. São Paulo: Paulinas, 2013.
12 Ivanir A. RAMPON, Dom Helder Camara: dom de Deus para os pobres. In: Convergência, Ano LI, 494, p.589-598,
Brasília: CRB, set. 2016. Disponível em: http://www.crbnacional.org.br/site/wpcontent/uploads/2017/12/
CONVERGENCIA_494.pdf. Acesso em: 10 mar. 2021. p.596.
13 http://www.crbnacional.org.br/site/wpcontent/uploads/2017/12/CONVERGENCIA_494.pdf. Acesso em: 10 mar.
2021. p.596.
DUTRA, Sílvio Guterres; GUINDANI, Elisandro; ZANANDA, Renan Paloschi
Espiritualidade Cristã e compromisso social: Um desafio de amor
Revista Teopxis,
Passo Fundo, v.38, n.131, p. 7-16, Jul./Dez./2021. ISSN on-line: 2763-5201.
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Por fim, retomemos as expressões de Leão XIII: a solução definitiva para o problema
social, na época a questão operária, hoje as mais diversas citadas ao longo do texto, é a
caridade. É preciso que todos alimentem em si e acendam nos outros, nos grandes e nos
pequenos, a caridade, senhora e rainha de todas as virtudes. Somente a caridade, que
compendia em si todo o Evangelho, e que sempre pronta a sacrificar-se pelo próximo, é o
antídoto mais seguro contra o orgulho e o egoísmo do século (RN 37).
CONCLUSÃO
O ser cristão carrega a marca do compromisso social. A Igreja, desde os primórdios,
cuidou e defendeu a vida. É evidente que muitas vezes e de muitos modos os membros da
Igreja também foram agentes de ataque e desvalorização da vida, atitudes que jamais
encontraram respaldo na legítima Doutrina e muito menos no Evangelho. A Doutrina da
Igreja, por sua vez, sempre esteve próxima e preocupada com todos.
Contudo, de Leão XIII até os dias de hoje, encontramos uma série de documentos que
tratam sobre aspectos da Doutrina Social, aprofundando a reflexão e fazendo apontamentos
específicos sobre a ação social da Igreja, tendo como base a inalienável e inegociável
dignidade da pessoa humana e a caridade como meio para se chegar a uma vida digna e em
abundância para todos.
A espiritualidade cristã precisa produzir mudanças sociais. Não se pode compreender
o ser cristão sem uma mudança real de vida. Nos tempos atuais, diante de uma cultura de
morte, da falta de cuidado com o ser humano e com toda criação, todos os seres humanos, e
de modo especial os cristãos, são chamados a cuidar da vida. Temos o dever, seguindo a
ideia primitiva do Criador, de sermos cocriadores, auxiliando Deus em sua obra, vivendo o
amor verdadeiro, aquele que faz ser para os outros. Esse amor nos permite transcender nosso
pequeno círculo familiar ou de amigos, para chegar a todos, sem exceção.
O desafio está, portanto, em sair do discurso. É preciso ir além e colocar em prática os
princípios evangélicos. Fica a provocação do Papa Francisco: perante as várias formas
atuais de eliminar ou ignorar os outros, sejamos capazes de reagir com um novo sonho de
fraternidade e amizade social que não se limite a palavras (FT 6).
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