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A SANTIDADE LAICAL À LUZ DA
EXORTAÇÃO APOSTÓLICA
GAUDETE ET EXSULTATE
uma santidade ordinária, simples e para todos
THE LAY SANCTITY IN LIGHT OF
THE GAUDETE ET EXSULTATE
APOSTOLIC EXHORTATION
an ordinary and simple sanctity for all
Vitoria Bertaso Andreatta De Carli*
Resumo: O presente artigo tem como ponto de partida a pergunta: O que
signiica para o iel cristão leigo ser santo? O texto pretende identificar alguns dos
principais traços da santidade a que estão chamados os fiéis cristãos leigos à luz
da Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate sobre o chamado à santidade no
mundo atual, assim como, trazer luz a mensagem que o Ponfice quer lançar
hoje para a Igreja no que tange ao verdadeiro significado da vida cristã. A
Exortação, na esteira do Vaticano II, procede à revalorizão da vocação cristã
com uma adequada compreensão do carácter teológico da secularidade,
tornando a mensagem cristã significativa e com real incincia na vida dos fiéis
cristãos e em especial, dos leigos que encontram na sua relação com o mundo
(secularidade) a característica própria e espefica no Povo de Deus. O método
proposto neste trabalho se o bibliográfico-anatico.
Palavras-chave: Exortação apostólica Gaudete et Exsultate. Laicato.
Santidade. Secularidade. Vocação.
Abstract: This article has as a starting point the question: What does it mean for
the faithful lay Christian to be holy? The text intends to identify some of the main
features of sanctity to which the faithful lay Christian are called in light of the
Apostolic Exhortation Gaudete et Exsultate on Paul Francis call to holiness in
todays world, as well as to shed light on the message that the Pontiff wants to
send out today for the Church with regard to the true meaning of the Christian
life. The Exhortation, in the wake of Vatican II, proceeds with the revaluation of
the Christian vocation with an adequate understanding of the theological
character of secularity, utilizing words that have a practical impact and making
the Christian message meaningful and with a real incidence on the lives of the
Christian faithful and in particular of the lay people who find in their relationship
with the world (secularity) the proper and specific characteristic in the People of
God. The method proposed in this work will be bibliographic-analytical.
Keywords: Apostolic Exhortation Gaudete et Exsultate. Laity. Sanctity.
Secularity. Vocation.
v. 38, n. 131, Passo Fundo,
p. 80-89, Jul./Dez./2021,
ISSN on-line: 2763-5201
DOI: https://doi.org/10.52451/teopraxis.v38i131.66
* Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela
PUCRS. Mestre em Teologia pela PUCRS.
Doutora em Teologia pela PUCRS.
Email: andreattadecarli@terra.com.br
https://orcid.org/0000-0003-4082-2001
Recebido em 26/05/21
Aprovado em 17/07/21
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INTRODUÇÃO
A exortação apostólica Gaudete et Exsultate do Papa Francisco de 19 de março de 2018
sobre o chamado à santidade no mundo contemporâneo, tem como objetivo promover a
santidade comum e ordinária de todos os crentes em Cristo, reafirmando ao mesmo tempo
a atualidade do chamamento à santidade no mundo de hoje.
Mundo com certeza muito diferente em relação a 1964, ano da promulgação da
Constituição Dogmática Lumen Gentium cujo quinto capítulo é consagrado à chamada
universal à santidade na Igreja, um dos principais temas do Concílio Vaticano II. Mundo,
também, que o considera a santidade como um de seus pilares, pouco se ouve falar sobre
a mesma. Possivelmente por essa razão que o Santo Padre quis refletir sobre o tema.
O assunto reveste-se de relevância também para a comunidade eclesial, tendo em
vista que a vocação universal à santidade não foi uma temática que a teologia pós-conciliar
aprofundou como se esperava. Será apresentada a estrutura da Gaudete et Exsultate, a figura
do fiél cristão leigo e logo algumas respostas que o documento traz ao homem e suas
profundas aspirações como caminho da santidade laical.
1 UMA APROXIMAÇÃO A GAUDETE ET EXULTATE: ALEGRAI-VOS E EXULTAI (MT 5,12)
A linguagem do documento é simples e compreensível, quase familiar, íntima, sem
que isso signifique superficialidade com relação aos conteúdos e em constante referência à
espiritualidade inaciana. Dirige-se ao leitor com à segunda pessoa do singular (tu), o que
ajuda a criar um clima de intimidade e de diálogo, quer deixar consequências no
interlocutor. Para o teólogo português Miguel de Salis Amaral É como se um pai, numa
conversa de fim de refeição, ou num momento de intimidade familiar junto à lareira, nos
estivesse a contar o sentido da vida
1
.
O documento é a terceira Exortação Apostólica
2
escrita por Francisco. Como diz no
subtítulo tem como tema O chamado à santidade no mundo atual. Logo no início
interpela o leitor ao afirmar que Deus quer-nos santos e espera que não nos resignemos
com uma vida medíocre, superficial e indecisa... (GE 1). Com essas palavras demonstra que a
santidade não é uma opção, mas um convite de Deus que irrompe na vida de cada cristão (GE 2).
A Exortação tem como objetivo promover a santidade comum e ordinária de todos. É
fruto maduro de uma reflexão de Francisco que dirige-se a todos os cristãos ao se referir à
grande viagem da vida cristã, com suas lutas, suas provas, seus momentos fáceis e difíceis
3
.
Para o papa Francisco a santidade não se identifica somente com as mulheres e homens
beatificados e canonizados pois O Espírito Santo derrama a santidade por toda a parte, no
santo povo fiel de Deus(GE 6). Prossegue lembrando que estamos rodeados de testemunhos
que nos encorajam a não parar no caminho, nos estimulam a seguir caminhando em direção à
meta(GE 3). Logo, os santos nunca são indiduos isolados da Igreja, mas pertencem
inteiramente ao Corpo Místico de Cristo. Essa é a dimeno comunitária da santidade.
O documento se divide em cinco capítulos. É um texto para refletir, para ajudar a
examinar a própria vida à luz de Deus. A Exortação define de forma esplêndida a
espiritualidade da vida cotidiana. No primeiro capítulo (O chamado à santidade) descreve os
inúmeros aspectos da santidade e as diferentes maneiras de alcançá-la por parte de todos os
homens batizados, porque o Senhor chama todos à santidade (GE 10).
1 Miguel de Salis AMARAL, Uma conversa conidencial sobre o desejo de ser santos, p.3.
2 As duas primeiras foram a Evangelium Gaudium (24/11/2013) e Amoris Laetittia (19/03/2016).
3 Miguel de Salis AMARAL, Uma conversa conidencial sobre o desejo de ser santos, p.3.
DE CARLI, Vitoria Bertaso Andreatta
A santidade laical à luz da Exortação Aposlica Gaudete et Exsultate: uma santidade ordinária, simples e para todos
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No segundo (Dois inimigos sutis da santidade) fala sobre duas falsas formas de santidade
que poderiam desviar o cristão de seu caminho, a saber: o gnosticismo e o pelagianismo.
(GE 35). No terceiro capítulo, à luz do mestre, faz um longo comentário sobre as Bem-
aventuranças como a passagem em que Jesus explicou, com toda a simplicidade, o que
significa ser santo (GE 63). No quarto (Algumas características da santidade no mundo atual)
expõe algumas das características indispensáveis para compreender o estilo de vida ao qual o
Senhor chama, alguns aspectos que manifestam o amor a Deus e ao próximo como a
suportação, a paciência e a mansidão (GE 112-121); a alegria e o senso de humor (GE 122-
128); a ousadia e o ardor ( GE 129-139); a vida em comunidade (GE 140-146) e a
importância da oração constante (GE 147-157).
No último capítulo (Luta, vigilância e discernimento) lembra que a vida cristã é uma luta
permanente (GE 158) e que exige vigilância e o dom divino do discernimento. Finaliza com
um ponto consagrado a Virgem Maria porque ela viveu como ningm as bem-aventuranças
de Jesus (GE 176) e exortando que toda a Igreja promova o desejo de santidade.
A Exortação é dirigida a todos, todos são chamados à santidade que está presente
desde o Batismo e que vai acontecendo não exclusivamente com fórmulas, não com
ideias e esquemas, mas com uma familiaridade e intimidade com Deus que nos abre aos
outros. É uma realidade na qual se progride e se cresce, não é apenas uma realidade a que se
chega
4
. Apesar do texto ser dirigido a todo Povo de Deus parece ter em primeiro plano os
cristãos que se ocupam preferencialmente das coisas do mundo, ou seja, do secular (o
mundo criado por Deus como dom). Mas quem são os fiéis cristãos leigos?
2 FIÉIS CRISOS LEIGOS: VÓIS SOIS O SAL DA TERRA. [...] VÓS SOIS A LUZ DO MUNDO
(MT 5,13-14)
Os fiéis leigos são todos os cristãos, exceto os membros de ordem sacra e do estado
religioso.
5
Os leigos pelo Batismo foram incorporados a Cristo, constituídos no Povo de
Deus e a seu modo participantes do múnus (missão) sacerdotal, profético e régio de Cristo,
tornando-se, assim, também co- responsáveis pela missão de todo o povo cristão na Igreja e
no mundo (cf. LG 31). A missão dos leigos é originária do próprio Jesus Cristo.
Toda a Igreja tem responsabilidade com o secular (mundo, espaço-tempo), mas é o fiel
leigo quem deve se ocupar preferencialmente do mesmo. A índole secular é o que caracteriza-o
no Povo de Deus (cf. LG 31). Como ensina Álvaro del Portillo, a considerão da índole secular,
como nota específica do laicato, pressupõe considerar o mundo não como o âmbito em
que vive, mas como realidade relacionada a uma ordem que tem Cristo no seu centro, isto é,
a relação com o mundo não poderia entrar na definição do fiel leigo do cristão corrente,
como membro do Povo de Deus se o mundo não tivesse relação com a missão da Igreja
6
.
A compreensão da realidade de que toda a Igreja tem uma dimeno secular, isto é
uma responsabilidade sobre o mundo, implica dizer que seja realizada de modos
distintos por sacerdotes, religiosos e leigos
7
. Os leigos têm uma miso na Igreja e no
4 Para José Luis Illanes a santidade constitui uma plenitude, segundo o uso linguístico e eclesial. Não deve ser
considerada apenas como uma realidade a que se chega, mas que, partindo do renascer do Batismo, é vista como uma
realidade na qual se progride e se cresce: o que denomina como dinamismo da santidade (José Luis ILLANES, Tratado
de Teologia Espiritual, p.136).
5 Conforme a descrição do fiel cristão leigo contida na Constituição Lumen Gentium: Pelo nome leigos aqui são compreendidos
todos os cristãos, exceto os membros da ordem sacra e do estado religioso aprovado na Igreja. [...] (LG 31).
6 Álvaro del PORTILLO, Fieles y laicos en la Iglesia, p.199-200.
7 O Concílio Vaticano II não chegou a discernir os modos distintos de como se configura a relação do cristão com o
mundo, segundo a diversidade de vocações, ministérios e carismas na Igreja. Segundo Ramiro Pellitero, a doutrina do
Concílio Vaticano II é incompleta nesse sentido (cf. Ramiro PELLITERO, La identidad de los cristianos laicos y su índole
secular a la luz del Concilio Vaticano II, p.495).
DE CARLI, Vitoria Bertaso Andreatta
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mundo
8
que não pode ser entendida em oposição. Realizando sua missão no mundo,
realizam sua missão na Igreja e não porque o mundo e a Igreja se identifiquem. É que a
Igreja vive no mundo e é formada por homens que o do mundo, ainda que o sejam
mundanizados. É precisamente no lugar que ocupam no mundo que devem exercitar a
participação que lhes é própria nos tria munera Christi (múnus sacerdotal, profético e
régio).
A vocação laical redescoberta com o Concílio Vaticano II, como possibilidade de
seguir de perto a Cristo em meio às tarefas humanas no mundo, concebe a missão da Igreja
em dois âmbitos: anunciar a mensagem de Cristo e de sua graça aos homens e impregnar
e aperfeiçoar toda a ordem temporal com o Espírito evangélico (AA 5). O trabalho santo e
santificador dos leigos, para restaurar a ordem temporal, tem caráter teologal e eclesial e,
por essa razão, constitui uma verdadeira vocação.
9
O fiel leigo deve procurar viver um
equilíbrio entre as tarefas seculares e as tarefas eclesiais.
Entretanto, transcorridos mais de 50 anos do CVII, a vivência da condição laical com
sentido vocacional, que significa viver a existência tal como ela é e como realização da vocação à
santidade, é ainda pouco frequente. É preciso superar a não restrita de vocação. Nesse ponto se
encontra a importância da Gaudete et Exsulte do Papa Francisco que enfrenta a questão de que
todos eso chamados à santidade no mundo atual dando dois passos: a) superando o conceito
restrito de vocação e b) sublinhando o sentido vocacional de toda a existência cristã.
3 SANTIDADE LAICAL SEGUNDO A GAUDETE ET EXSULTATE: BUSCAR E ENCONTRAR DEUS EM
TODAS AS COISAS
Partindo da máxima sapienti est distinguire, oportuno investigar a relação e a distinção
entre as palavras santidade, espiritualidade, vocação e missão para melhor compreendê-las
no contexto dos ensinamento da Gaudete et Exsultate. Por serem realidades intimamente
relacionadas, se interpenetram sendo, por vezes, compreendidas como termos unívocos
(sinônimos), o que causa certa confusão
10
.
A palavra santidade, de modo geral, na Teologia, é considerada como a plenitude da vida
cristã (o ideal cristão), isto é, a santidade cristã é o fim a que se dirige, progressivamente,
toda a vida espiritual rumo à plenitude do amor a Deus e ao próximo
11
. O motor para a
santidade é a graça do Batismo. Por isso, o cristão não deve fazer nada além de frutificar o
que o Espírito Santo plantou em sua vida e a Igreja fornece os meios essenciais para a
mesma, ou seja, a Palavra, os Sacramentos, os santuários, a vida nas comunidades, o
testemunho dos santos e uma incontável beleza que deriva do amor do Senhor
12
.
8 O mundo e a vida espiritual não são realidades paralelas, contemporâneas e indiferentes: em outras palavras, a
espiritualidade cristã não é uma espiritualidade sem mundo, mas uma espiritualidade encarnada (José Luis ILLANES,
Tratado de Teologia Espiritual, p.297).
9 Vicente BOSCH, Santiicar el mundo desde dentro: Curso de Espiritualidad Laical, p.407.
10 Nos primeiros séculos do cristianismo, diferentemente da compreensão contemporânea, o termo espiritualidade era
equivalente às palavras martírio e santidade ou cristianismo vivido em plenitude, posto que o vel de santidade era
elevado. A quase total identificação se dava tanto de forma prática como teórica, pois ainda que se admitia a santidade à
margem do martírio, todo cristão era um mártir em potencial em razão de que estar disposto à morte cruel era
considerado o mesmo que viver santamente a vida cristã (cf. Javier SESÉ, Historia de laespiritualidad, p.26-29).
11 No mesmo sentido, conforme Ancilli: La santidad es la plenitud, la perfección del ser y de darse. Un ser que es vida, que es
movimiento, alcanza la perfección cuando llega a su término, a su in; tratándose de la vida cristiana, de la vida espiritual, este in es
Dios. Por tanto, la perfección de la vida espiritual tiene que consistir en la unión con Dioscontemponeo. Pero es precisamente el
amor el que nos une con Dios, in último del hombre: Dios es amor: y quien permanece en el amor, permanece en Dios, y Dios en
él (1Jo 4,16) (E. ANCILLI, Santidad cristiana. In: ______. Diccionario de espiritualidad, p.351).
12 Vitoria B. Andreatta DE CARLI, A Espiritualidade laical e sua índole secular à luz do Concílio Vaticano II: a santidade no
cotidiano, p.91.
DE CARLI, Vitoria Bertaso Andreatta
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De sua parte a espiritualidade cristã é considerada como a vivência espiritual concreta
do ser humano que tem como meta o ideal da vida cristã (santidade)
13
. A espiritualidade tem
necessidade de ser traduzida de forma concreta na situação que cada pessoa humana é
chamada a viver. É vida de comunhão tanto na dimensão vertical (vida em Cristo no
Espírito Santo) quanto na dimensão horizontal que diz respeito à existência humana.
Todo cristão está chamado à santidade como a meta de sua vida (Vocação Universal à
Santidade na Igreja, cap. V da Lumen Gentium). Portanto, a santidade é uma vocação que
comporta um chamado por parte de Deus e, ao mesmo tempo, um envio. Todo cristão é
chamado a viver a plenitude do amor a Deus e ao próximo que deve ser buscada em toda
condição de vida ordinária
14
. O fiel cristão leigo desaprendeu a acreditar na sua vocação à
santidade, por isso, precisa tomar consciência do convite de Deus que irrompe em sua vida,
que o une a Ele e o estimula a ser como Deus
15
.
No âmbito da vocação se enconta a missão que deve cumprir e que se dá na Igreja e no
mundo: tarefas complementárias e necessárias.
16
Parafraseando o papa Francisco cada
santo é uma missão; é um projeto do Pai que visa refletir e encarnar, num momento
determinado da história, um aspecto do Evangelho (GE 19). E mais adiante acrescenta não
é que a vida tenha uma missão, mas a vida é uma missão (GE 27).
Prosseguindo rumo ao objetivo do presente estudo, que é o de mostrar alguns dos
aspectos da santidade laical apresentados por Francisco na Exortação Gaudete et Exsultate,
buscar-se-á compreender qual a mensagem teológica pastoral que o papa quer transmitir
para explicar e vivificar a vida espiritual do cristão do nosso tempo.
Considerando a realidade do mistério de Cristo, o primeiro aspecto a ser salientado
na Gaudete et Exsultate diz respeito à santidade como experiência de Deus pois Deus quer-nos
santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa (GE
1). Essa experiência que é o mistério da comunhão com Deus pela fé, esperança e caridade
vai se forjando através da amizade com Deus, que é uma arte de aprender a amar e ser
amado por Deus
17
.
Alinhado com a doutrina que, apresenta a união com Deus como uma das
coordenadas centrais da santidade e da espiritualidade cristã, o Papa sublinha que o que quer
recordar com esta exortação é a chamada à santidade que o Senhor faz a cada um de
nós (GE 10), ou seja, uma santidade para todos. É um chamado pessoal que nasce do
encontro pessoal com o Senhor para o qual é necessária retirar-se em solidão, olhar para
dentro de si e não se admirar com um mestre tão bondoso
18
como dizia Santa Teresa.
Nesse sentido, prossegue Francisco, que a santidade é para todos e é dada pela estatura que
Cristo alcança em s, desde quando, com a força do Espírito Santo, modelamos toda a
nossa vida sobre a sua. Assim, cada santo é uma mensagem que o Espírito Santo extrai da
riqueza de Jesus Cristo e dá ao seu povo (GE 21).
13 Para A. G. Matanic muitos são os sinônimos utilizados pelos autores para indicar espiritualidade. Nos documentos
pontifícios, com frequência, são utilizados os seguintes sinônimos: caminho, método, forma, gênero de vida, doutrina,
ascética, ensinamento espiritual, fisionomia ou família religiosa, espírito, escola espiritual (MATANIC, Atanasio.
Espiritualid. In: Ermanno ANCILLI, Diccionario de Espiritualidad, p.13).
14 Vitoria B. Andreatta DE CARLI, A Espiritualidade laical e sua índole secular à luz do Concílio Vaticano II: a santidade no
cotidiano, p.172.
15 Miguel de Salis AMARAL, Uma conversa conidencial sobre o desejo de ser santos, p.2.
16 Para Álvaro del Portillo, prescindir de uma dessas dimensões é esquecer da condição de fiel do leigo, seria como
imaginar um ramo verde e florido, que não pertença a nenhuma árvore e, por outro lado, esquecer daquilo que é
próprio e peculiar do leigo, ou mesmo, não compreender suficientemente as características dessas tarefas apostólico-
seculares e seu valor eclesial; seria como reduzir a frondosa árvore da Igreja à monstruosa condição de puro tronco(cf.
Álvaro del PORTILLO, Fieles y laicos en la Iglesia, p.171-172).
17 Miguel de Salis AMARAL, Uma conversa conidencial sobre o desejo de ser santos, p.3.
18 Caminho de Perfeição 28,2.
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O Papa Francisco demonstra que a santidade conduzida pelo modo de viver cristão
(espiritualidade) não parte do ser humano após avaliar custos e benefícios, mas irrompe de
um convite de Deus na vida de cada cristão, que os une com Deus e os estimula a amar
como Deus ama. Se trata de descobrir a ardente presença de um Pai que ama pessoalmente,
reconhecendo a paternidade de Deus que reside no âmago do cristianismo. (GE 20-21).
E desta confiança no amor paternal e pessoal de Deus, a alma do ser humano é
convidada a abrir-se à alegria que o mundo não pode dar, mas que também nunca pode
tirar (GE 125). E é nesse sentido que Francisco fala muitas vezes da alegria, podendo-se
dizer que a espiritualidade cristã é alegria no Espírito Santo (Rm 14,17) (GE 122). Assim,
uma das chaves de leitura para compreender a visão de santidade e, logo, da espiritualidade
cristã, que nos Francisco aparece no título da exortação Alegrai-vos e exultai, citação
literal de Mt 5,12
19
.
Outra característica que é apresentada no texto é a de uma santidade concreta que
percebe o mundo como lugar a buscar um estado de permanente comunhão com Deus
como ensina o cardeal Suenens: Quando aceito a vontade de Deus sobre mim, sobre a
minha vida e as minúncias da minha existência, tal como decorre, com limites e entraves,
comungo com Deus: já não em comunhão eucarística, mas em comunhão vital, ao longo do
dia, ao longo da vida.
20
O crescimento da vida espiritual, considerada como a vida de encontro e trato com
Deus, se na vida concreta de cada cristão. São as atitudes de cada dia que fazem o crente
crescer sob o impulso da graça divina e, por isso, diz Francisco: gosto de ver a santidade no
povo paciente de Deus: nos pais que criam os filhos com tanto amor, nos homens e
mulheres que trabalham, a fim de trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas
idosas que continuam a sorrir (GE 7).
Ao falar sobre a vida de oração salienta a necessidade de existir unidade entre a é e a
vida do cristão: peço, porém, que não se entenda o silêncio orante como uma evasão que
nega o mundo que nos rodeia(GE 152). Dito em outras palavras, é nas circunstâncias em
que se vive, que o cristão vai encontrar-se com Deus e com o próximo.
O Papa Francisco retoma uma das características fundamentais do Concílio Vaticano
II, que é a abertura da espiritualidade cristã ao mundo. É o caráter teológico da secularidade
que significa que o mundo não é apenas o cenário no qual os cristãos se movem e atuam,
mas é fruto da ão criadora de Deus e ferido pelo pecado, portanto, necessita ser
transformado para ser reconduzido para Deus. E esse aspecto é fundamental para os leigos
que têm o mundo como objeto de sua vocação.
Importante dizer que o conceito sobre a espiritualidade dentro da Igreja quase sempre
teve contornos monacais com a escassa valorização das realidades terrenas, com a separação
entre o sagrado e o profano e na relação entre a vida terrena e a vida eterna. Mas o Papa,
neste documento e na esteira da renovação da espiritualidade cristã do Vaticano II, usa duas
expressões: os santos ao da porta (GE 7) e a classe média da santidade (GE 7), que
podem parecer apenas sociológicas, mas que significam que Deus quer acompanhar-nos no
caminho da vida
21
.
Francisco deixa claro esta nova perspectiva, desenvolvida no Concílio e difundida no
pós-Concílio, de mudança do paradigma da santidade cristã: se passa do paradigma da
santidade monástica ou religiosa para a santidade universal, mais integrada na vida e missão
19 Cf. Maria Clara BINGEMER, Santidade: chamado à humanidade: reflexões sobre a exortação apostólica Gaudete et
Exsultade, p.9.
20 Card. L.J. SUENENS, Vida cotidiana, vida cristã, p.22.
21 AMARAL, Miguel de Salis. Uma conversa conidencial sobre o desejo de ser santos, p.5
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da Igreja e do cristão e, portanto, com distintas modalidades que dão lugar a uma diferença
de espiritualidades, sublinhando a universalidade da santidade para todo cristão
22
.
Outrossim, Francisco faz questão de explicar o que não é a espiritualidade cristã que
conduz à santidade, apresenta uma caricatura da mesma com erros nocivos ou ideologias
que mutilam o coração do Evangelho: um compromisso social sem a união pessoal com o
Senhor(GE 100) ou uma que considera o compromisso social superficial, mundano e
inmanetista (GE 101-103), materializando aquilo que é transcendente.
Denomina de gnosticismo atuala ideologia segundo a qual é considerado crente
aquele que é capaz de compreender e, assim, que a santidade consistiria no conhecimento
sem repercussão na vida pessoal e na vida dos outros. E, ainda, o erro do pelagianismo, o
qual supervaloriza de forma exclusiva o esforço pessoal como se a santidade fosse fruto
apenas do esforço do homem e não da graça.
CONCLUSÃO: DAR-VOS-EI TAL ALEGRIA QUE NENHUM HOMEM -LA PODE TIRAR (JO 16,22)
Considerando a simplificação que acompanha toda afirmação de caráter esquemático,
mas objetivando responder às exigências espirituais de nossa época, que se orientam por
valores concretos, vitais e existenciais, se propõe uma síntese dos principais resultados do
estudo sobre a santidade laical à luz da Gaudete et Exultate:
a) A vocação cristã é universal tanto em sentido subjetivo (todos são chamados à
santidade) como objetivo (abarca todas as circunstâncias da vida do ser humano), bem
como, é realizadora do ser humano. A chamada (vocação) implica sempre uma missão, uma
função ou uma tarefa a realizar como membro do Corpo de Cristo (GE 10,14,19);
b) Para alcançar a santidade a plena configuração com Jesus Cristo que é amor é
preciso percorrer um caminho, que é o modo de viver característico da cristão, ou seja, a
espiritualidade cristã (GE 11). A vida espiritual do leigo se desenvolve em duas coordenadas
ou componentes irrenuncveis: a vertical de comuno com Deus, de união com Cristo pela
e caridade e a horizontal, de inserção nas realidades temporais e participação nas atividades
terrestres. Essas duas coordenadas constituem o núcleo da santidade laical, são elementos
indispensáveis para que os leigos vivam sua vocação e missão na Igreja e no mundo (GE 26);
c) Deve-se viver a santidade no dia a dia, em todas as atividades Gosto de ver a
santidade [...] nesses homens e mulheres que trabalham para levar o pão para suas casas (GE
7); És um trabalhador? Seja santo cumprindo com honradez e competência teu trabalho de
serviço aos irmãos. [...] Tens alguma autoridade? santo lutando pelo bem comum e
renunciando aos teus interesses pessoais (GE 7,14);
d) É destacado o valor teológico da secularidade. A perspectiva espiritual de
Francisco, que aprendeu com Santo Inácio de Loyola, é a de buscar e encontrar Deus em
todas as coisas (GE 31);
e) A vida cristã não pode ser individualista, nem extramundana e nem mesmo
ativista (GE 35);
f) Para estar unido a Cristo como o sarmento à vide, o leigo, como todo o cristão,
necessita de oração ainda que pareça óbvio, recordemos que a santidade é feita de uma
abertura habitual à transcendência, que se expressa na oração e na adoração. [...] o
acredito em santidade sem oração (GE 147). E junto à vida de oração é preciso uma luta
decidida contra os inimigos da alma e para crescer nas virtudes. Ninguém resiste se opta
em ficar parado (GE 162-163);
22 Cf. MARTI, Pablo. La Espiritualidad Cristiana em el Concilio Vaticano II, p.162.
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g) A alegria é sinal pelo qual se reconhece os discípulos de Cristo e que os santos
ilustram isso com sua vida e, portanto, é expressão de uma espiritualidade cristã verdadeira
(GE 122-128);
h) Na espiritualidade cristã deve estar presente o mistério da comunhão com Deus, o
chamado universal à santidade e à missão apostólica
i) A espiritualidade cristã acontece no mundo e para a transformação do mundo (GE 25).
O Papa Francisco percorre um caminho de aproximação na busca de Deus e que
demonstra a vitalidade do sentido religioso no mundo atual, considerando que a
espiritualidade cristã continha na tradicional literatura espiritual uma categoria teológica
que mantinha uma atitude negativa com relação ao mundo. Retoma o impulso original do
Vaticano II que é o de anunciar o Evangelho de maneira nova desde a necessidade em falar
de Deus aos homens desse tempo de um modo mais compreensível
23
.
Na Gaudete et Exsultate o mundo é considerado como missão quando o cristão o vê não
com aversão, mas com amor profundo e teologal, ou seja, o contempla em Deus e desde
Deus, fonte do verdadeiro amor. Deus confiou ao cristão a tarefa de restaurar o mundo em
sua bondade original e portanto, o amor teologal ao mundo deve ser uma dimensão
constitutiva de todo cristão na vivência de sua espiritualidade a caminho da santidade.
Uma chave de leitura deste documento esta na alegria como primeiro sinal para
compreender a santidade e como expressão da espiritualidade cristã. A alegria que deriva do
estado de Graça de Deus na alma pois o sorriso é um convite ao estado de graça; aliás, é da
Graça que deriva, como a flor da haste
24
. É prova da vitalidade cristã porque, do amor de
caridade, segue-se necessariamente a alegria...(GE 122). Francisco transmite a mensagem
de forma audível, significativa e pode-se dizer até emocionante (quase pessoal). Vai no
essencial: colocar Deus no centro.
Não se pode deixar de mencionar que o Papa apresenta as Bem-aventuranças como
modelo para a vivência de uma espiritualidade no mundo de hoje. Verdadeira manifestação
da espiritualidade cristã na vida concreta: carteira de identidade do cristão (GE 63). E
como se faz para chegar a viver a espiritualidade e ser santo? A resposta é simples: é
necessário fazer - cada qual a seu modo aquilo que Jesus disse no sermão das Bem-
aventuranças (GE 63).
Aqui reside o ponto de partida que Francisco utiliza ao reapresentar as bem-
aventuranças como um programa de vida que Jesus nos propõe
25
: poucas e simples
palavras, mas práticas para todos, porque o cristianismo é uma religião prática: de ação e
deve ser praticada não pensada
26
. Nesse sentido afasta uma espiritualidade abstrata que
separa a oração da ação, inserindo-a no contexto da cotidianiedade.
Outros aspectos poderiam ser ressaltados, mas os apresentados servem para abrir
horizontes de reflexão no campo teológico e pastoral e trazem alguns dos desafios que
temos quando queremos falar de modo adequado da espiritualidade cristã hoje, como
caminho à santidade no mundo atual. O Papa nos anima, dizendo que este caminho da
santidade é para todos e que não tenhamos medo de andar por ele, despertando de fato o
desejo da santidade e de compartilharmos uma felicidade que o mundo não poderá tirar-
nos (GE 177).
Por fim, Francisco deseja, como fez João Paulo II ao final do milênio, pôr de novo a
programação pastoral sob o sinal da santidade (GE 11). Uma intenção que carrega muitas
23 Cf. Santiago MADRIGAL, El giro eclesiológico em larecepción del Vaticano II, p.21.
24 Card. L.J. SUENENS, Vida cotidiana, vida cristã, p.85.
25 FRANCISCO. Meditações matutinas na Santa Missa: O bilhete de identidade do cristão, passim.
26 FRANCISCO. Meditações matutinas na Santa Missa: O bilhete de identidade do cristão, passim.
DE CARLI, Vitoria Bertaso Andreatta
A santidade laical à luz da Exortação Aposlica Gaudete et Exsultate: uma santidade ordinária, simples e para todos
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consequências, entre as quais, se destaca a necessidade de reconhecer a vocação e missão dos
leigos na Igreja, com a consciência da dignidade e santidade do seu caminho vocacional,
descobrindo e vivendo seu chamado a renovar o mundo com Cristo.
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