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preciso a coragem evangélica de romper com todas as iniciativas seletivas e excludentes, é
preciso ouvir as inquietações dos jovens e colocá-las como pauta pastoral.
4 METODOLOGIA
Para refletir sobre as novidades da Exortação Apostólica Pós-Sinodal Christus Vivit para
a evangelização da juventude realizou-se uma pesquisa qualitativa e bibliográfica. Para Gil
a este tipo de trabalho “é desenvolvido com base em material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos”
6
.
Nesse contexto de pesquisa, tomou-se como referência os documentos de todo o
processo sinodal que refletiu sobre “Os Jovens, a Fé e o Discernimento Vocacional”.
5 RESULTADOS
Ao analisar a exortação em busca de novidades para a Evangelização da Juventude,
foi possível identificar alguns elementos, mas destacam-se três: o reconhecimento da juventude
como realidade teológica, o ser Pastoral Juvenil Sinodal e o ser Pastoral Juvenil Popular.
Ao propor os indicativos pastorais, Francisco pede que cada Igreja particular analise
se a Pastoral Juvenil que desenvolve está dentro do seu tempo. Caso as ações não atendem
mais as demandas, precisa ser encerrada e dar abertura aos novos horizontes, por meio da
sinodalidade, diálogo, escuta, acolhida, protagonismo, acompanhamento, anúncio e
testemunho. Se antes pensava-se uma pastoral para os jovens, a Christus Vivit pede para
ser, para, com e pelos jovens. Os jovens não são os receptáculos da evangelização, pelo
contrário, são os agentes promotores do Anúncio. Eles são os evangelizadores dos seus
coetâneos, no trabalho, na escola, na universidade, na balada, nas atividades esportivas, nas
iniciativas caritativas e solidárias, nas lutas em prol da ecologia e dos direitos humanos etc.
Diante disso, é preciso desenvolver uma Pastoral Juvenil Sinodal, que confia na
capacidade dos jovens serem os agentes da pastoral da evangelização da juventude.
“Existem jovens que sabem discernir os sinais do nosso tempo que o Espírito aponta.
Ouvindo as suas aspirações podemos vislumbrar o mundo de amanhã que vem ao nosso
encontro e os caminhos que a Igreja é chamada a percorrer”
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. Por muito tempo a Pastoral
Juvenil no mundo não contou com a presença ativa dos jovens na evangelização voltada a
eles mesmos. Agora o Papa pede para a Igreja, sem demora, rever suas metodologias e
lançar-se a novas estratégias no Espírito de caminhar juntos, respeitando a tradição e os
carismas oferecidos pelo Espírito Santo aos jovens.
Essa atitude é aquela, descrita pelos Bispos Sinodais no Documento Final (DF)
vivenciada no Sínodo: “caminhamos juntos e colocando-nos à escuta da voz do
Espírito” (DF 1). “Caminhamos juntos, com o sucessor de Pedro, que nos confirmou na fé e
nos fortaleceu o entusiasmo...” (DF 1). Assim, a Pastoral Sinodal, em última instância, é
caminhar juntos, sem excluir ninguém – jovens, idosos, adultos, crianças, religiosas,
religiosos, leigos, padres e bispos, no mesmo itinerário, com o mesmo compasso.
Ninguém à frente nem atrás, nem cima nem embaixo, nem perto demais nem distante;
mas juntos, na mesma sintonia, em espírito comunitário. Cada um contribuindo com seu
dom, virtudes e carismas.
A Igreja reconheceu a novidade de ter a juventude no centro do debate pastoral e
ainda mais, tendo os jovens como interlocutores do processo, lado a lado com os padres
6 Antonio Carlos GIL, Como elaborar projetos de pesquisa, p. 44.
7 SÍNODO DOS BISPOS, Documento preparatório (com questionário anexo) com Carta do Papa Francisco aos Jovens, p.13.
VIEIRA, Luis Duarte; ISOTTON, Diego
Christus Vivit: novidades na evangelização da juventude
Revista Teopráxis,
Passo Fundo, v.39, n.132, p.81-88, Jan./Jun./2022. ISSN On-line: 2763-5201.