Laicato no Brasil
Do protagonismo à marginalidade
Palavras-chave:
Igreja Católica, Leigos, Leigas, . Protagonismo eclesial, RomanizaçãoResumo
A partir da provocação do Ano do Laicato, proclamado pela CNBB, o artigo investiga a história da presença e atuação do laicato na Igreja e na sociedade brasileira. Depois de constatar a fragilidade da contextualização histórica do Documento 105 da CNBB que subsidia o Ano do Laicato, o autor faz um rápido percurso da história da Igreja no Brasil durante o Período Colonial, a Época Imperial e o tempo da transição para o sistema republicano. O estudo constata que, se no primeiro período, os leigos e leigas tiveram um protagonismo na vida da Igreja Católica no Brasil, a partir do início do séc. XIX e, especialmente em sua segunda parte, iniciou-se, com a gradativa romanização da Igreja, um processo de exclusão dos leigos e leigas que culminou, no período da transição republicana, com a sua quase total marginalização na Igreja Católica onde passaram a ser vistos como meros receptores da ação eclesial e totalmente submissos à autoridade dos bispos e padres.
Downloads
Referências
ACTAS y decretos del Concilio Plenario de la América Latina celebrado em Roma el Año del Señor de MDCCCXCIX. Traducción Oficial. Roma: Tipografia Vaticana, 1906.
ALMEIDA, Antônio J. de. Leigos e leigas: história e interpretação. Atualidade Teológica, Rio de Janeiro, v. 19, n.50, p. 253-286, mai./ago. 2015.
ALMEIDA, Antônio J. de. Leigos em quê? Uma abordagem histórica. São Paulo: Paulinas, 2006.
BEOZZO, José Oscar. Irmandades, santuários, capelinhas. REB, Petrópolis, vol. 37, fasc. 148, p.741-758, 1977.
CNBB. Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade. Sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-14). São Paulo: Paulinas, 2016.
CÓDIGO de Direito Canônico. Vaticano, 25 de janeiro de 1983. Braga: Apostolado da Oração, 1983.
FIORENZA, Elisabeth S. As origens cristãs a partir da mulher: uma nova hermenêutica. São Paulo: Paulinas, 1992.
FRAGOSO, Hugo. A Igreja na formação do Estado liberal (1840-1875). In: HAUCK, João Fagundes et alii. História da Igreja no Brasil: ensaio de interpretação a partir do povo: segunda época, Século XIX. 4, Petrópolis: Vozes, 2008. p.141-253.
FRANCISCO, Papa. Discursos ao Comitê Diretivo do Celam. Bogotá, 7 de setembro de 2017. Disponível em: http://www.diocesedeparanavai.org.br/noticias/301/integra-do-discurso-dopapa-ao-celam-07-09-2017 Acesso em 15 de março de 2017.
FRANCISCO, Papa. Exortação Apostólica Pós-sinodal “Evangelii Gaudium”. Vaticano, 24 de novembro de 2013, n. 102. Disponível em: https://w2.vatican.va/content/francesco/pt/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20131124_evangelii-gaudium.html Acesso em: 15 de março de 2018.
HAUCK, João Fagundes. A Igreja na Emancipação (1808-1840). In: HAUCK, João Fagundes. História da Igreja no Brasil: ensaio de interpretação a partir do povo: segunda época, século XIX. 4, Petrópolis: Vozes, 2008. p.7-139.
HOORNAERT, Eduardo. A evangelização do Brasil durante a primeira época colonial. In: HOORNAERT, Eduardo. História da Igreja no Brasil. Ensaio de interpretação a partir do povo. Primeira época – Período Colonial. Petrópolis: Vozes, 2008. p.19-152.
HOORNAERT, Eduardo. História do cristianismo na América Latina e no Caribe. São Paulo: Paulus, 1994.
KUZMA, César. Ano do Laicato: Igreja continua de portas fechadas. Entrevista com César Kuzma. IHUOnLine. 06 de dezembro de 2017. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/574387-kuzma-e-oano-do-laicato-igreja-continua-de-portas-fechadas Acesso em: 15 de março de 2018.
MATOS, Henrique Cristiano José. Nossa História: 500 anos de presença da igreja católica no Brasil. São Paulo: Paulinas, 2001. Tomo 1: Período Colonial.
MATOS, Henrique Cristiano José. Nossa História: 500 anos de presença da igreja católica no Brasil. São Paulo: Paulinas, 2002. Tomo 2. Período imperial e transição republicana.
MONNERAT, Patrícia Carvalho Santóri. Festa e conflito: D. Antônio e a Questão de Nazaré (1861-1878), 2009, 169 p. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação da Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2009. Disponível em: http://bibliotecadocirio.org/index.php/2014-09-05-18-00-52/todos-os-registros/118-dissertacoes/325-festa-e-conflito-dantonio-e-a-questao-de-nazare Acesso em 09 dezembro 2014.
NASCIMENTO, Mara Regina do. Irmandades leigas em Porto Alegre. Práticas funerárias e experiência urbana. Séculos XVIII-XIX. 2006. 362 f. Tese (Doutorado) - Programa de pós-graduação em História, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.
OLIVEIRA, Pedro A. Ribeiro de. Catolicismo popular e romanização do catolicismo brasileiro. REB, Petrópolis, vol. 36, fasc. 141, p.131-141, março de 1976.
PASTORAL Collectiva dos Senhores Arcebispos e Bispos das províncias eclesiásticas de S. Sebastião do Rio de Janeiro, Marianna, S. Paulo, Cuyabá e Porto Alegre comunicando ao clero e aos fieis os resultados das Conferências dos mesmos realizadas na cidade de S. Paulo de 25 de setembro a 10 de outubro de 1910. Rio de Janeiro: Typographia Leuzinger, 1911.
PRIEN, Hans-Jurgen. La historia del cristianismo en America Latina. Salamanca: Sígueme; São Leopoldo: Sinodal,1985.
RAMPOLLA, Mariano. Instrucções da Santa Sé ao Internuncio Apostolico para as Conferencias dos bispos brasileiros. In: CALAZANS, Mylène Mitaini. A missão de Monsenhor Francesco Spolverini na Internunciatura do Brasil (1887-1891), segundo a documentação Vaticana. 1997, 584 f. Tese (Doutorado). Facultas Theologiae - Pontificium Athenauem Sanctae Crucis, Roma, 1997.
SANZ DEL CASTILLO, José M. O Movimento da Reforma e a “paroquialização” do espaço eclesial do século XIX ao XX. In: TORRES-LONDOÑO, Fernando (Org.). Paróquia e comunidade no Brasil. Perspectiva histórica. São Paulo: Paulus, 1997.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Vanildo Luiz Zugno
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os direitos autorais dos textos são mantidos pelos autores, no qual concedem à revista o direito de primeira publicação. Como a revista é de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias em aplicações educacionais e não comerciais.