A espiritualidade no cristianismo
A essência do ser
DOI:
https://doi.org/10.52451/teopraxis.v38i131.59Palavras-chave:
Espiritualidade, Cristianismo, Vivência, PráticaResumo
A Espiritualidade é inerente ao ser humano. O termo surgiu no período renascentista 3 no século XV, baseado em algumas ideias de Platão, filósofo do século IV a.C., que postulava sobre o dualismo corpo-alma, em que a alma estaria aprisionada pelo corpo. Esse pensamento evoluiu para a ideia do ser humano trinário, formado pelo Corpo, pela Mente e pelo Espírito, de forma inseparável, contidos numa única unidade, que é o corpo, criado por um Ser Divino e, portanto, ligado a Ele. Nos textos bíblicos do Novo Testamento, Paulo exorta a comunidade de Coríntios a reconhecerem que são templos do Espírito de Deus, que habitam toda criatura, A palavra espiritualidade cuja raiz etimológica vem da palavra espírito – latim “spiritus”, que significa “respiração” ou “sopro” e também “coragem” e “vigor”, consiste em uma íntima experiência do ser, uma busca por descobrir o sentido da vida e da existência. Este artigo visa contribuir com as pesquisas relacionadas à temática, trazendo apontamentos sobre a importância e os benefícios que uma vivência espiritual a partir da ótica cristã, pode proporcionar ao ser humano. A relevância dessa pesquisa se justifica devido à instabilidade da atual sociedade gerada pela crise de valores como respeito, solidariedade, a ética, a humildade, o senso de justiça. Por outro lado, a globalização, o capitalismo e o consumismo têm criado uma falsa concepção de que o homem é sujeito passível de ser medido pelo que possui de bens e valores tangíveis, e não pelo que é afastando-o cada vez mais da sua identidade e dignidade de ser único criado à imagem e semelhança do criador. Igualmente, a cultura educacional, até meados do século XX, definia como inteligente a pessoa que tinha uma alta capacidade de resolver problemas de ordem técnica, relegando a segundo plano a capacidade de gerenciamento da emoção, o altruísmo, a capacidade de mediação e resolução de desafios com resiliência, interação e engajamento nas relações interpessoais. Foi aí que estudos do final na década de 90, apontaram que não bastava ser apenas inteligente no aspecto cognitivo sem levar em conta os aspectos que envolvem os sentimentos, sensações e emoções do ser humano, o que levou esse mesmo ser a busca pelo equilíbrio. Mas ainda parecia que a busca por esse equilíbrio não tinha finalizado na conquista de uma inteligência e maturidade emocional. Nesse contexto surgiram no ambiente acadêmico, o interesse e a compreensão de uma terceira inteligência, que vai de encontro a respostas para o sentido da existência humana, colocando ações e experiências num contexto mais amplo de sentido e valor. Trata-se do QS, quociente de Inteligência Espiritual. O foco do QS é a alma. Danah Zohar, uma física e filósofa americana foi a primeira a defender essa bandeira na Academia, não obstante, já seja uma experiência e realidade de fé, na vida de centenas de pessoas desde tempos remotos e de forma rotineira. O QS é a inteligência que busca dar sentido à vida, traz propósito as ações realizadas e direciona às duas outras inteligências onde investir suas energias. Estudos de Leonardo Boff, Theilhard de Chardin foram essenciais para uma compreensão melhor acerca do assunto. O estudo trará um breve percurso da visão holística da espiritualidade, na integração entre si, o outro e o universo, e da visão cristã, como sendo a mola propulsora para uma vivência espiritual completa. A Espiritualidade é nuclear ao Cristianismo, uma vez que, por meio da presença do Espírito Santo, isto é, o próprio Espírito de Cristo, o homem é capacitado para o Bem e para toda Boa Obra, como a justiça social, a solidariedade, o exercício da cidadania e o amor.
Downloads
Referências
BAUMAN. Zygmunt. Vida líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.
BAUMAN. Zygmunt. Vida para consumo: A transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.
BOFF. Leonardo. Espiritualidade: um caminho de transformação. Rio de Janeiro: Sextante, 2001.
BOFF. Leonardo. O cuidado necessário: na vida, na saúde, na educação, na ética e na espiritualidade. Petrópolis: Vozes, 2012.
Espiritualidade. Cardiologia Comportamental e Social. Revista SOCESP. Vol. 30, n.3, 2020. Disponível em https://isssuu.com/larissadigitalsolvers/docs/revistasocesp.
FIGUEIRA. Adriana Barata dos Santos. A Espiritualidade na contemporaneidade: Uma busca do homem mergulhado em sua subjetividade. Recife: Tede, 2014.
JUNIOR. Silvio Luiz & Wolitz de Almeida. Holismo e Espiritualidade Cristã. Dissertação de mestrado. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2010. Disponível em: https:// repositorio.pucrs.br/dspace/handle/10923/5230 Acesso em: 15/03/2021.
NEWBERG. Andrew & Eugene G. D’aquili. Rause. Vince. Why GOD won’t go way. Brain Science e the Biology of belief. (Porque Deus não vai embora. Ciência do cérebro e a Biologia da crença), E.U.A. Ed. Ballantine Books. 2002.
OLIVEIRA. Michael. Como desenvolver a Inteligência Espiritual. Junho 2018. Disponível em: https:// liderhd.com/como-desenvolver-sua-inteligencia-espiritual/
PEREIRA. Valdelene Nunes de Andrade. Medicina e espiritualidade: a importância da fé na cura de doenças. Aparecida: Ed. Santuário. 2015.
SILVA. João Bernadino & SILVA Lorena Bandeira. Relação entre religião, espiritualidade e sentido da vida. Revista Logos & existência. Revista da associação brasileira de logoterapia e análise existencial v.3 n.2, Paraíba, 2014.
SILVA. Maria Eliane Azevedo. O processo de desenvolvimento da é e a formação docente, a partir de James. W. Fowler. X Congresso Nacional de Educação- EDUCERE. Pontifícia Universidade católica do Paraná. Curitiba. 7 a 10 de novembro de 2011.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Luciana Carmona Garcia, Aline Eloisa da Silva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os direitos autorais dos textos são mantidos pelos autores, no qual concedem à revista o direito de primeira publicação. Como a revista é de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias em aplicações educacionais e não comerciais.