O intelectual orgânico

A teologia não se deixa acorrentar (2 Tm 2,9)

Autores/as

  • Rogério L. Zanini Instituto de Teologia e Pastoral (Itepa) https://orcid.org/0000-0001-8771-3799
  • Luiz Carlos Susin Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS)

DOI:

https://doi.org/10.52451/teopraxis.v39i132.73

Palabras clave:

Teologia, Profecia, Intelectual Orgânico, Benincá

Resumen

O texto tem por objetivo compreender a missão do intelectual/teólogo orgânico com clareza de sua opção, no sentido de ser portador de certos valores contra outros valores, defender certos interesses contra outros interesses; assumir a causa do reino de Deus contra o antireino. Segundo a lição de Ellacuría e Sobrino, os pobres são o lugar epifânico da revelação cristã e, consequentemente, do magistério cristão, porque entre os pobres Deus quis colocar sua cátedra. De maneira límpida e profética reconheceram explicitamente os Bispos na Conferência de Aparecida: “A opção preferencial pelos pobres é uma das peculiaridades que marca a fisionomia da Igreja latino-americana e caribenha” (DAp. 391). Para dar conta desta questão, se pretende refletir o significado de uma teologia profética que desce aos crucificados honrando a realidade das vítimas da história em vista de sua ressurreição/libertação. Segue-lhe um segundo aspecto, no qual se aborda a missão da teologia como um pensar as feridas e resgatar a vida para que o mundo seja transformado na perspectiva do seu Criador; e por fim, no terceiro ponto, compreender a vida e o legado de padre Elli Benincá, um mestre inspirador do Instituto de Teologia e Pastoral de Passo Fundo-RS, como um case de intelectual/teólogo orgânico. Em conclusão, se realça a importância e atualidade/ousadia deste método que tem o teólogo na postura de intelectual orgânico, pois é em si uma postura profética diante da realidade virtual, individualista e capitalista que marca o século XXI.

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Biografía del autor/a

  • Rogério L. Zanini, Instituto de Teologia e Pastoral (Itepa)

    Padre da Diocese de Chapecó/SC. Doutor e Mestre em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS. Especialista em Metodologia Pastoral pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - URI. Graduado em Teologia pelo Instituto de Teologia e Pastoral (Itepa) e em História pela Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC. Professor da Faculdade de Teologia e Ciências Humanas de Passo Fundo.

  • Luiz Carlos Susin, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS)

    Bacharelou-se em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - Faculdade de Teologia (1979) e Licenciou-se em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ijuí (atual Unijuí) (1971). É Mestre e Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (1979-1983). Atualmente é professor na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul como professor permanente e pesquisador do programa de pós-graduação em Teologia, professor na Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana, de Porto Alegre, membro da Equipe Interdisciplinar de Assessoria da Conferência dos Religiosos do Brasil, Secretário Geral do Fórum Mundial de Teologia e Libertação. Foi membro do Comitê de Redação da Revista Internacional de Teologia Concilium por quinze anos (2000-2015) e atualmente atua em seu comitê científico. Foi presidente da Associação de Teologia e Ciências da Religião (SOTER) no triênio 1998-2001, da qual é cofundador. Foi professor convidado na Universidade Antoniana de Roma, no Instituto de Teologia e Pastoral da Confederação Episcopal da América Latina em Bogotá. Foi professor colaborador na Faculdade de Filosofia da PUCRS, em Ética ambiental e Metafísica e na Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Ética e Filosofia da Religião. Em 2011 realizou estágio pós-doutoral na Georgetown University, de Washington.

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Publicado

13-09-2022

Cómo citar

O intelectual orgânico: A teologia não se deixa acorrentar (2 Tm 2,9). (2022). Revista Teopráxis, 39(132), 35-46. https://doi.org/10.52451/teopraxis.v39i132.73

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