Negras mulheres e mulheres da Bíblia

trajetória de lutas e resistência por uma educação antirracista

Autores

  • Ana Maria da Rosa Prates Universidade de Passo Fundo (UPF)
  • Francisca Izabel da Silva Bueno Universidade de Passo Fundo (UPF) https://orcid.org/0000-0002-1209-8485
  • Marcio Luiz de Oliveira Faculdade Católica de Feira de Santana, Bahia.

DOI:

https://doi.org/10.52451/teopraxis.v39i132.87

Palavras-chave:

Negras Mulheres, Mulheres da Bíblia, Lutas, Resistência, Educação Antirracista

Resumo

O presente artigo aborda a trajetória de lutas e resistência das mulheres negras na sociedade brasileira na perspectiva de implementação de uma educação antirracista na escola e na academia. Trata-se de uma reflexão sobre a existência do racismo que se faz presente no ambiente escolar e na sociedade brasileira e indica a necessidade urgente de se pensar práticas pedagógicas para combater posturas racistas e discriminatórias. Para tal, utilizamos nossa própria trajetória no movimento de mulheres negras e experiências profissionais como professoras e hoje discentes do mestrado e doutorado do PPGEdu/UPF. Para elaborar o artigo foi realizada uma revisão de literatura visitando as legislações que se referem à educação das relações étnico raciais, bem como autores que se posicionam na luta em defesa de uma educação antirracista: Gomes (2008, 2011), Hooks (2017), Munanga (2006), Silva (2004). Na construção buscamos a interação com algumas mulheres retratadas na bíblia que mostraram aos seus pares a necessidade da vida em liberdade sendo referência para outras mulheres. Na época souberam resistir e agir com coragem e criatividade diante das ameaças à vida do seu povo. O olhar está no passado e também nas referências atuais. O artigo está organizado em quatro seções: a primeira parte inicia sob o título Lutas e resistência das mulheres, a segunda parte, intitulada Lutas e resistências das mulheres da Bíblia, a terceira parte sob o título Educação antirracista: tão perto de chegar, mas longe de enxergar e na quarta e última parte apresenta  Uma mística bíblica antirracista: caminho se faz caminhando.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Ana Maria da Rosa Prates, Universidade de Passo Fundo (UPF)

    Professora de História, Diretora de escola da rede pública estadual de ensino em Passo Fundo - RS. Associada da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros/ABPN. Ativista do movimento de Mulheres Negras ACMUN-RS. Integrante do projeto de extensão “UPF: Educação das relações étnico-raciais". Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Passo Fundo (UPF). Mestre em História pela Universidade de Passo Fundo (UPF). Especialista em Gestão Escolar pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Especialista em Educação de Jovens e Adultos e PROEJA pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSUL) Passo Fundo- RS. Graduada em História pela Universidade de Passo Fundo (UPF).

  • Francisca Izabel da Silva Bueno, Universidade de Passo Fundo (UPF)

    Professora, orientadora educacional da rede pública estadual de ensino em Passo Fundo - RS. Atualmente Formadora-Trilha Antirracista-SEDUC/RS. Associada da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros/ABPN. Ativista do movimento de Mulheres Negras ACMUN-RS. Integrante do projeto de extensão UPF: “UPF: Educação das relações étnico-raciais”. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Passo Fundo (UPF) – Especialista em Supervisão e Orientação Escolar pela Universidade Regional Integrada/URI-Campus Erechim-Rs. Especialista em Direitos Humanos e Educação Instituto de Filosofia Berthier -IFIBE/Passo Fundo- RS. Licenciatura Plena em Biologia/UNIJUI-Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Ijuí-RS. Graduada em Ciências/UNICRUZ- Universidade de Cruz Alta - RS.

  • Marcio Luiz de Oliveira, Faculdade Católica de Feira de Santana, Bahia.

    Professor, biblista, membro do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos em Feira de Santana, Bahia. Atualmente encontra-se na Coordenação de Extensão da Faculdade Católica de Feira de Santana, Bahia.  Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica de Feira de Santana - FCFS), licenciado em Filosofia pela Faculdade Batista Brasileira – FBB e especialista em Hermenêutica Bíblia pela Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP. É professor na Faculdade Católica de Feira de Santana na área de Teologia Bíblica.

Referências

BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. 6.ed. São Paulo: Hucitec, 2006.

BRASIL. Lei 11.645, de 10.03.2008: altera a Lei 9.394, de 20.12.1996, modificada pela Lei 10.639 de 09.01.2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-brasileira e Indígena. Brasília, DF: 2008.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003. Brasília, 2003.

BRASIL. Lei 12.288 de 20.07 2010: institui o Estatuto da Igualdade Racial, que altera as Leis 7.716, de 05.01.1989, 9.029 de 13.04.1995, 7.347 de 24.07.1985 e 10.778 de 24.11.2003. Brasília, DF. 2010.

BRASIL. Lei 12.711 de 29.08.2012: institui a Lei de Cotas. Brasília, DF:2012.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.

CANDAU, Vera Maria Ferrão. A diferença na universidade ainda é mais um esbarrão do que um encontro. In: GARCIA, Regina Leite; ZACCUR, Edwiges. (Org.). Cotidiano e diferentes saberes. Rio de Janeiro: DP&A, 2006, p.41-58.

CNBB. A Igreja e as Comunidades Quilombolas (Estudos da CNBB, 105). Brasília: Edições CNBB, 2013.

EVARISTO, Conceição. Poemas da recordação e outros movimentos. Belo Horizonte: Nandyala, 2011.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 43. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 2011.

GOMES, Nilma Lima. Descolonizar os currículos: um desafio para as pesquisas que articulem a diversidade étnico-racial e a formação docente. In: ENCONTRO NACIONAL DE DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO, XIV. Anais... Porto Alegre: PUCRS, 2008, p.516-527.

GOMES, Nilma Lino. O Movimento Negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis: Vozes, 2017.

GOMES, Nilma Lino; SILVA e GONÇALVES, Petronilha Beatriz (Org.). Experiências étnico-culturais para a formação de professores. Belo Horizonte: Autêntica, 2011. (Coleção Cultura Negra e Identidades).

GONZALEZ, Léia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Ciências Sociais Hoje, São Paulo: Anpocs, 1984, p.223-244.

GOTTWALD, Norman K. As tribos de Iahweh: uma sociologia da religião de Israel liberto 1250-1050. São Paulo: Paulus, 1986.

HOOKS, Bell. Intelectuais Negras. Disponível em: https://goo.gl/bEwfrQ.Acesso em:25set.2017

PAIM, Elison; PEREIRA, Nilton. Interfaces: educação e temas sensíveis na contemporaneidade. Florianópolis: NUP/CED/UFSC, 2018.

PEREIRA, Amilcar Araujo. “O mundo negro”: relações raciais e a constituição do movimento negro contemporâneo no Brasil/Amílcar Araújo Pereira. Rio de Janeiro: Pallas: FAPERJ, 2013.

PEREIRA, Nancy Cardoso. Maria vai com as outras: Mulheres libertárias libertadoras da Bíblia. São Leopoldo: Cebi, 2016.

PINTO, Regina Pahim. Diferenças étnico-raciais e formação do professor. Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas. Caderno de Pesquisa, n.108, p.199-231, novembro/1999. Disponível em: www.scielo.br/pdf/cp/n108/a0n108.pdf Acesso em: 18/07/2014 PINHO, Sheila Zambello de (Org). Formação de educadores: dilemas contemporâneos. São Paulo: Unesp, 2011. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-15741999000300009

PONTIFÍCIA COMISSÃO BÍBLICA. A interpretação da Bíblia na Igreja. São Paulo: Paulinas, 1994.

RIBEIRO, Djamila. O que é Lugar de Fala. Feminismos Plurais. Belo Horizonte: Letramento: Justificando, 2017.

SANTOS, S. A. dos. Movimentos negros, educação e ações afirmativas. Tese (Doutorado em Sociologia) – Universidade de Brasília, 2007.

SILVA, P. G. e et al. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro Brasileira e Africana. Brasília: Ministério da Educação e Cultura, 2004. (Parecer do CNE/CP 3/2004 e Resolução CNE/CP 1/2004).

SPOSITO, M. O povo vai à escola. São Paulo: Loyola, 1992.

VIANNA, C.; CARREIRA, D.; LEÃO, I.; UNBEHAUM, S.; CARNEIRO, S. CAVASIN, S.: Gênero e Educação: fortalecendo uma agenda para as políticas educacionais. Organizações Parceiras: Ação Educativa, Comitê Latino-Americano e do Caribe para a defesa das Mulheres/CLADEM, Comunicação em Sexualidade /ECOS, Instituto da Mulher Negra/Geledés, Fundação Carlos Chagas. São Paulo, 2016.

Downloads

Publicado

13-09-2022

Como Citar

Negras mulheres e mulheres da Bíblia: trajetória de lutas e resistência por uma educação antirracista. (2022). Revista Teopráxis, 39(132), 68-80. https://doi.org/10.52451/teopraxis.v39i132.87

Artigos Semelhantes

61-70 de 116

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.